Ventura pede demissão imediata de João Galamba e chama MAI à comissão de inquérito
Presidente do Chega anunciou que vai apresentar um requerimento para chamar o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, à comissão de inquérito.
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O presidente do Chega, André Ventura, pede a demissão imediata de João Galamba, que culpa de descredibilizar o Governo depois da audição que durou mais de sete horas.
"Acho que todos percebemos que esta teia de mentiras e de falsidades e de dados incompletos minaram a credibilidade de João Galamba enquanto ministro das Infraestruturas. Há um pedido que quero fazer ao primeiro-ministro, é que demite o ministro hoje", disse aos jornalistas no Parlamento.
"Face àquilo que soubemos ontem e que, repito, há aqui uma situação de manifesta incompatibilidade entre aquilo que António Costa disse, dizendo desconhecer a intervenção do SIS, e aquilo que o seu ministro disse ontem, aliás já no fim da audição em resposta a uma pergunta do deputado Berardo Blanco da IL, que de facto tinha informado na mesma noite o primeiro-ministro, face à informação que foi o próprio gabinete ou a própria Presidência do Conselho de Ministros, através do secretário de Estado Mendonça Mendes, que deu indicações para contactar o SIS, eu não creio que possamos impedir na secretaria que os portugueses conheçam a verdade", referiu.
Além disso, o Chega vai chamar à comissão de inquérito o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, após o envolvimento da PSP.
"Há medida que o tempo avançava, avolumavam-se as contradições, as mentiras e falsidades. Há duas que são particularmente significativas, a incapacidade de João Galamba reconstruir a tal verdade que queria reconstruir e há duas situações que nos levantam severas suspeitas que a verdade não está do lado do Governo: a intervenção da PSP e a chamada que reconheceu que fez ao MAI e que afinal não tinha referido na conferência de imprensa de 29 de abril, aparentemente por lapso, e toda a intervenção da PSP nos contornos que o Governo refere, é macabra. A ideia de que a polícia poderia ser chamada ao local por motivos de agressões, de roubos e de furto de informação confidencial e deixar o suspeito sair pelo seu próprio pé e acompanhá-lo à porta, é bizarro que isto possa ter acontecido", disse Ventura aos jornalistas no Parlamento.
"Esta contradição avoluma-se e aprofunda-se com o contacto ao SIS, desde a chefe de Gabinete que teve a iniciativa e que não envolveu ao ministro, a que foi o ministro que tinha que articular com a chefe de gabinete o contacto com o SIS, até uma chamada que ocorreu para o secretário de Estado Adjunto do PM, e ao primeiro-ministro que disse que não foi informado e nem tinha de ser informado e ontem João Galamba disse que informou o primeiro-ministro", acrescentou.