André Ventura participou este sábado na tomada de posse do novo executivo da Câmara Municipal de São Vicente
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O líder do Chega, André Ventura, disse este sábado esperar que o novo presidente da Câmara de São Vicente, na Madeira, eleito pelo partido, governe com "tolerância zero à corrupção", vincando que haverá uma auditoria às contas do município.
"Nós vamos mesmo levar avante tudo o que for auditorias financeiras em todos os municípios onde o possamos fazer e onde tenhamos maioria para fazer", disse, argumentando que não se trata de perseguição a nenhum partido, mas de garantir que "o dinheiro das pessoas foi bem usado".
André Ventura participou este sábado na tomada de posse do novo executivo da Câmara Municipal de São Vicente, no norte da ilha da Madeira, agora liderado por José Carlos Gonçalves, que venceu as eleições como independente apoiado pelo Chega.
São Vicente foi a primeira câmara municipal conquistada pelo Chega nas eleições autárquicas de 12 de outubro, com 49,23% dos votos, contra 38,93% da coligação PSD/CDS-PP, que liderava o município desde 2021, sinalizando a entrada do partido de extrema-direita na governação autárquica na região autónoma.
O novo executivo é agora composto por três eleitos do Chega e dois da coligação PSD/CDS-PP.
"É muito simbólico, é com uma grande alegria que assumimos isso e é por isso que eu quis marcar presença hoje aqui também, porque é sinal do crescimento do Chega e de responsabilidade", disse André Ventura.
O presidente do Chega chegou ao local da cerimónia, junto ao edifício dos paços do concelho, ligeiramente atrasado, já com o hino da Madeira a tocar e falou aos jornalistas enquanto o presidente da Assembleia Municipal cessante discursava.
"Nós temos uma grande missão: governar com proximidade, governar sem corrupção, governar com tolerância zero à corrupção", afirmou, vincando ser isso também que espera do novo presidente da autarquia.
Ventura realçou que a auditoria às contas da Câmara Municipal é mesmo para avançar, porque constitui uma "boa prática" do partido "fazer auditorias para detetar se o dinheiro das pessoas foi mal gasto, se foi gasto de forma ignóbil, como a acontece na maior parte das câmaras e das juntas".
O líder do Chega disse, por outro lado, que o facto de o novo presidente da Câmara de São Vicente ter sido militante do PS e também candidato pela IL noutras eleições, significa apenas que o partido "está a ter um crescimento orgânico".
No discurso de tomada de posse, uma cerimónia a que assistiram centenas de pessoas, José Carlos Gonçalves afirmou que São Vicente "fez história" no dia 12 de outubro, quando o povo "quis uma nova equipa para administrar o concelho e um novo rumo de desenvolvimento".
"Sinto um enorme orgulho de durante os próximos quatro anos fazer parte da história do concelho, que foi o meu berço e a minha casa, um concelho que sempre foi grande no seu querer e na sua história de superação", disse, acrescentando: "Nós sabemos o que queremos, queremos um concelho mais desenvolvido, mais justo e com oportunidades para todos."
A cerimónia contou com a presença da secretária regional da Inclusão, Paula Margarido, em representação do Governo Regional (PSD/CDS-PP), que manifestou a disponibilidade do executivo madeirense para cooperar com o município.
"Da parte do Governo Regional, reafirmo um compromisso claro: dialogar, cooperar e trabalhar lado a lado com o município de São Vicente em tudo o que promova, melhor qualidade de vida, investimento, emprego e proteção social", disse.
Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, o Chega venceu nas três freguesias do concelho - São Vicente, Ponta Delegada e Boaventura, que eram governadas pela coligação PSD/CDS-PP - e tem maioria absoluta na Assembleia Municipal, com oito deputados, órgão que conta também com seis representantes do PSD/CDS-PP e um do PS.
No município de São Vicente, estavam inscritos 5.950 eleitores, tendo votado 3.463 (58,20%), dos quais 1.705 no Chega e 1.348 na coligação PSD/CDS-PP, de acordo com os dados do Ministério da Administração Interna.
