Publicada pela primeira vez a versão original completa do "Diário de Anne Frank"

FILE PHOTO: The first diary of Anne Frank sits on display in the Anne Frank House in Amsterdam April 28, 2010. REUTERS/Cris Toala Olivares/File Photo
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O "Diário de Anne Frank", um dos mais icónicos livros sobre a era do holocausto, foi publicado pela primeira vez na versão original completa, sem as correções e os retoques que a autora e o pai fizeram antes da publicação.
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Anne Frank, cujo "Diário" foi declarado património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), morreu em 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen (Alemanha), deixando duas versões do livro.
A primeira, que se conhece agora como sendo a versão A, começou a ser escrita espontaneamente pela jovem, enquanto a sua família estava escondida dos nazis, em Amesterdão, na Holanda, refere a agência de notícias espanhola EFE.
Assim que ouviu na rádio um apelo para documentar o sofrimento dos judeus holandeses, Anne Frank reescreveu parcialmente o "Diário", na esperança de ver o texto publicado após o fim da guerra, que ficou conhecido como a versão B do livro.
A jovem sonhava ser escritora e pensava publicar o seu "Diário" com o título: "A casa de trás".
Após o fim da II Guerra Mundial e a morte da filha, o pai de Anne Frank preparou uma terceira versão, na qual optou por eliminar passagens relacionadas com as crises típicas da puberdade.
A nova edição original e completa inclui a versão A e a versão B do livro.
O "Diário de Anne Frank", escrito originalmente em holandês, foi traduzido em dezenas de idiomas e é considerado um dos "documentos chave" da época nazi.
Anne Frank nasceu em Frankfurt (centro da Alemanha), a 12 de junho de 1929, no seio de uma família judia que fugiu dos nazis para a Holanda, em 1934.
Em 1940, as tropas nazis invadiram a Holanda e, em 1942, intensificaram a perseguição aos judeus naquele país, o que obrigou a sua família a esconder-se nos fundos de uma casa, em conjunto com outras famílias judias, no qual permaneceram durante dois anos.
Anne Frank começou a escrever o "Diário" ea 12 de junho de 1942, quando completou 13 anos. "Espero poder confiar-te tudo o que não pude confiar a ninguém", refere a primeira anotação.
A última passagem descrita no livro está datada de 1 de agosto de 1944, três dias antes de os nazis terem descoberto o esconderijo e detido a sua família e os restantes judeus.
O "Diário" ficou em Amesterdão e foi conservado pelos empregados de Otto Frank, pai de Anne Frank, a quem entregaram os escritos depois do fim da guerra.
Anne Frank morreu em março de 1945 e poucas semanas depois o campo de concentração de Bergen-Belsen foi libertado pelos britânicos.
Das oito pessoas que foram detidas na casa "esconderijo" de Anne Frank, o seu pai foi o único que sobreviveu ao cativeiro.