O mais recente caso foi um ninho detetado no Parque da Pena. Nuno Forner, da Zero, explica o fenómeno e aponta soluções para a travar.
Corpo do artigo
O ninho de vespa no Parque da Pena será retirado esta terça-feira às 19h30 pelas entidades competentes, confirmou a TSF junto da câmara de Sintra.
A vespa velutina, mais conhecida por vespa asiática, chegou à Europa há 15 anos, e os primeiros casos conhecidos em Portugal começaram em 2011. O mais recente caso é mesmo o do Parque da Pena, que foi encerrado na segunda-feira, depois de ter sido descoberto um ninho na zona ocidental do jardim.
Nuno Forner, biólogo da Associação Zero, não fica surpreendido pela vinda para sul de uma espécie invasora, mas considera que o seu alastramento por território nacional tem ocorrido a um ritmo acelerado.
"É uma espécie que surgiu na Europa pela primeira vez em França, em 2003 ou 2004, e que veio a ser identificada em Portugal, salvo erro, em 2011, no norte de Portugal", relata o representante da associação ambientalista. A "espécie em franca expansão para o sul da Europa" está, portanto, a alastrar-se pelo país a uma taxa elevada "quando comparada com a ação que as entidades oficiais estão a ter para tentar controlar esta expansão".
TSF\audio\2019\09\noticias\17\_nuno_forner_online
Nuno Forner lembra, em declarações à TSF, que esta população coloca em causa outras espécies e traz ainda consequências para a economia e saúde:"É uma vespa carnívora e que se alimenta de insetos. Sendo as abelhas um alvo fácil, a sua captura está a causar consequências ao nível da produção de mel."
O biólogo classifica a vespa velutina como uma "espécie extremamente agressiva, e que, quando se sente ameaçada, poderá atacar, poderá picar, e as pessoas mais sensíveis à picada poderão mesmo morrer".
Ouvido pela TSF, o representante da Zero deixa conselhos para quem encontrar um ninho destas abelhas e for por elas picado: "Se uma pessoa for picada, deve dirigir-se de imediato aos serviços de saúde para ser devidamente acompanhada. Quando verificamos a existência de um ninho, nunca devemos atuar sozinhos. Devemos dar a informação às autoridades para que estas, de forma célere e com segurança, possam eliminar esse ninho."
Para o biólogo, as autoridades devem combater a vespa asiática, em vez de agir apenas de forma reativa quando é encontrado um ninho. "As intervenções, neste momento, são ao nível do controlo dos ninhos que vão sendo identificados", refere, mas o especialista acrescenta que a melhor solução seria "criar algumas brigadas que possam patrulhar as zonas mais problemáticas" e intensificar a "investigação no ensino superior para estudar como se deve lidar esta espécie invasora".