O bastonário entende que há medidas que deviam ser tomadas antes de ser aplicada a lei que proíbe o abate de animais em canis.
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O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários é "completamente favorável" à lei, mas deixa a crítica ao trabalho que ficou por fazer desde 2016.
"Logo que foi aprovada a lei, nesses dois anos, devia ter sido criado um grupo de trabalho para ver o que é preciso para que as pessoas não abandonem os animais. Porque é que houve um aumento do número de animais abandonados? Porque é que as pessoas abandonam os seus animais?", questiona.
60 mil animais abandonados em 2017. Um aumento de 20% em relação ao ano anterior. E destes 60 mil só 30% são adotados, o que significa que mais de 40 mil não encontram uma casa.
São números que precisam de respostas urgentes, diz Jorge Cid. O bastonário defende algumas medidas para combater o abandono, como o fim do registo obrigatório dos cães nas juntas de freguesias.
Jorge Cid mostra indignação neste processo: "Obrigam as pessoas a ter que fazer um registo na junta de freguesia e a pagar uma licença anual. Isto não cabe na cabeça de ninguém. Os médicos veterinários - que identificam o animal com um microchip - não conseguem fazer o registo, as pessoas têm que ir à junta e, ainda por cima, é-lhes cobrada uma taxa".
Outra proposta do bastonário: o fim do IVA nos tratamentos veterinários "à semelhança das outras versões médicas". "Ainda por cima aprovaram a isenção de para as medicinas alternativas. E a medicina veterinária que é essencialmente de saúde pública? Isto é um escândalo!", reclama.
Jorge Cid diz que, como não há espaço nos canis, vão existir mais cães abandonados na rua, mais 2problemas de saúde pública", mais "perigo de agressões".
A lei que proíbe o abate de animais nos canis já está em vigor desde 2016, mas previa um período de adaptação de dois anos. Esse prazo termina este fim de semana.