Vídeo: tornado em Lisboa "arranca telhado" do Banco Alimentar e derruba árvores
O IPMA confirmou à TSF que o fenómeno meteorológico na capital foi acompanhado por "alguma precipitação forte", o que terá provocado "cheias rápidas".
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Um tornado de fraca intensidade em Alcântara, Lisboa, derrubou esta terça-feira várias árvores e provocou estragos no telhado de um armazém do Banco Alimentar.
"O IPMA confirma que o que se passou hoje no início da tarde na zona de Alcântara, em Lisboa, foi um tornado de fraca intensidade. O tornado é uma célula com alguma rotação que tem um tempo de vida relativamente curto e acabou por afetar essencialmente uma zona muito restrita da cidade de Lisboa", explica à TSF Patrícia Gomes, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O tornado, de acordo com as "imagens de radar que foram utilizadas para monitorizar a situação e depois foi uma ajuda para confirmar", aconteceu "por volta das 13h46".
Telhados arrancados, queda de árvores, inundações e até um pequeno tornado em Alcântara são algumas das consequências do mau tempo desta tarde. Equipas da Proteção Civil de #Lisboa continuam no terreno.
- Lisboa (@CamaraLisboa) November 8, 2022
Afonso Reis Cabral pic.twitter.com/A7808OJYKF
"Muitas vezes, as pessoas acabam por comparar um tornado a um furacão. Não é, de todo. Um tornado é uma coisa que mesmo nas nossas imagens de radar, não é tão percetível quanto isso, ainda por cima este que foi de fraca intensidade e teve uma dimensão relativamente pequena", explica Patrícia Gomes.
De acordo com o IPMA, o tornado foi acompanhado por "alguma precipitação forte", o que terá provocado "algumas cheias rápidas, cheias urbanas", dado que "a precipitação caiu com tanta intensidade num curto espaço de tempo que torna difícil o seu escoamento".
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O Banco Alimentar Contra a Fome também sofreu danos com a passagem do tornado. "Ficámos sem cobertura do armazém 2. Felizmente, era uma parte do armazém que não tinha muitos alimentos", diz à TSF a presidente da instituição, Isabel Jonet.
As autoridades foram chamadas ao local que ajudaram a "retirar os destroços do telhado e árvores que caíram".
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"Temos 15 dias muito desafiantes, porque temos de voltar a pôr a cobertura total no armazém e temos de garantir a segurança das operações do Banco Alimentar", afirma.
Isabel Jonet quer fazer uma avaliação daquilo que ficou: "Neste momento estou mais preocupada em avaliar aquilo que são os estrago materiais da cobertura e a estrutura daquilo que ficou, portanto, temos que fazer uma avaliação com calma. Temos pouco tempo, mas sabemos que vamos ter muitas ajudas."
Dado que o fenómeno meteorológico tenha sido "intenso, mas curto" e "à hora do almoço", não havia ninguém dentro do armazém, não se registando qualquer ferido no local. "Não havia sequer alimentos onde caiu a cobertura, mas ficou a céu aberto", refere a presidente do Banco Alimentar.