O ex-ministro do Trabalho e da Economia, Vieira da Silva, considerou hoje que o executivo exagerou em algumas das medidas inscritas na proposta de alteração ao Código de Trabalho.
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À margem do fórum das Políticas Públicas, no ISCTE, Vieira da Silva deu o exemplo de uma dessas medidas que, em seu entender, se não for aplicada com sensatez pode representar um risco.
«A flexibilidade por exemplo do tempo de trabalho estava a fazer um caminho já muito significativo nas empresas portuguesas, este salto para uma individualização dessas relações, ou seja, considerar que trabalhador e empregador estão ao mesmo nível, todos sabemos que na prática as coisas não são bem assim», exemplificou.
«Portanto há aqui alguns riscos que vamos todos correr, depende agora como as empresas, os sindicatos, as associações empresariais tiverem a capacidade de aplicar com bom senso e equilíbrio essas medidas», arescentou.
Vieira da Silva foi ainda questionado sobre a eventualidade de Portugal ter de poder um segundo resgate. Uma possibilidade que o antigo ministro classifica de má para Portugal, garantindo no entanto que confia na palavra do Governo quando diz que não será necessário recorrer a um segundo plano de assistência financeira
«Julgo que devemos confiar nesse afirmação, portanto não estar a engrossar as vozes e as especulações. Confiemos na capacidade de quem nos governa para evitar essa situação que seria, obviamente, prejudicial para Portugal», defendeu.