"Não fico fragilizado". Ministro diz-se com condições para continuar no cargo
Vieira da Silva foi ouvido esta tarde no Parlamento, na sequência do caso de alegadas irregularidades nas contas da associação Raríssimas.
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"Obviamente que sinto [condições para continuar]". Foi esta a resposta do ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, quando questionado, no final da audição, sobre se se sentia, ou não, em condições para permanecer no cargo de titular da pasta e membro do Governo socialista.
Antes, já Vieira da Silva tinha defendido que, na sequência do caso, não sentia que a sua posição no Governo tinha, de alguma forma, ficado fragilizada: "Não acho que fico fragilizado. Todos conhecemos a quantidade de personalidades públicas que se disponibilizaram, em determinado momento, para contribuir para aquele projeto de construção de respostas sociais", disse.
Durante a audição, o ministro disse ainda estar "muito preocupado" com o impacto desta situação no setor social, afirmando que "a confirmarem-se os factos denunciados" este caso "será uma ferida séria no setor social".
Vieira da Silva nega "negligência" e "favorecimento"
No início da audição, o Vieira da Silva começou por afirmar que o gabinete pelo qual é responsável não foi negligente na análise das denúncias que terão chegado ao ministério.
"Não considero que tenha havido qualquer negligência da minha parte ou do meu gabinete no tratamento de eventuais denúncias e, tendo eu, como é público, participado num dos órgãos estatutários da Raríssimas durante dois anos, gostaria de deixar bem claro que não retirei qualquer benefício pessoal ou profissional da participação nesse órgão, nem benefício pessoal direto ou indireto", disse Vieira da Silva.
O Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva - que foi vice-presidente da assembleia-geral da Raríssimas entre 2013 e 2015 -, foi ouvido, esta tarde, na Comissão de Trabalho e Segurança Social, a propósito da situação da Associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras.
No início da audição, o ministro disse ainda que "não houve qualquer favorecimento" a esta associação "no modo como este ministério, sob minha responsabilidade, se relacionou com a Raríssimas", sublinhando: "A Raríssimas não foi alvo de nenhum favorecimento pessoal".
Vieira da Silva garante ainda que não teve conhecimento de qualquer denúncia de gestão danosa na associação: "O que chegou ao meu gabinete não foi qualquer denúncia de gestão danosa", afirmou.
Os deputados da comissão aprovaram por unanimidade, na passada quarta-feira, um requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do PS em que era solicitada a presença de Vieira da Silva, no Parlamento, para que o ministro pudesse prestar esclarecimentos sobre o caso que envolve suspeitas de gestão danosa na Raríssimas, liderada, até aqui, por Paula Brito e Costa.
Na reportagem, que foi divulgada a 9 de dezembro, na TVI, foram apresentadas alegadas irregularidades nas contas da associação, tendo sido apresentado documentos que indiciam que Paula Brito e Costa poderá ter utilizado fundos desta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) para fins pessoais.
"Estou completamente tranquilo com a minha atuação ao longo dos anos, quer fora, quer dentro do Governo e responderei a todas as questões", disse, depois de divulgado o caso, Vieira da Silva. O ministro anunciou ainda que pediu uma auditoria às contas da Raríssimas para verificar "se do lado do Estado houve alguma fragilidade".
Esta manhã, no Fórum TSF, sobre os partidos políticos ouvidos defenderam que as explicações dadas, até agora, pelo governante não convencem.
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