Os promotores das manifestações que reuniram, no sábado, centenas de milhares de pessoas em diversas cidades do país propõem a realização de uma vigília junto à Presidência da República, na sexta-feira, quando estiver reunido o Conselho de Estado.
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Nuno Ramos de Almeida, um dos autores do manifesto que originou os desfiles de sábado, disse à agência Lusa que a ideia da «vigília pacífica» junto ao Palácio de Belém ocorreu, entre outras, no final do desfile que decorreu em Lisboa, e que os organizadores admitem ter atingido os 500 mil participantes.
O objetivo, acrescentou, é «pressionar» para «inverter esta política» e conseguir a «alteração deste tipo de posições e de políticas da 'troika'» e a «desautorização» do Governo e da sua política de austeridade.
O Chefe de Estado convocou para sexta-feira uma reunião do Conselho de Estado, na qual pediu também a presença do ministro das Finanças.
A decisão de Cavaco Silva foi conhecida depois de o primeiro-ministro ter anunciado mais medidas de austeridade, entre elas o aumento da Taxa Social Única (TSU) de 11 para 18 por cento.
Acerca das manifestações de sábado, Nuno Ramos de Almeida, em jeito de balanço, afirmou que devem ser encaradas com «imensa modéstia» por si e pelos restantes promotores, mas considerou que terão constituído a «maior vaga» de manifestantes registada em Portugal desde Maio de 1974, quando foi assinalado o primeiro Dia do Trabalhador após o derrube da ditadura, uma semana antes.
«Não sei dizer se estavam 400 mil ou 600 mil pessoas», afirmou, considerando ter sido uma manifestação de dimensão «gigantesca», também de acordo com o que as autoridades policiais disseram aos organizadores.