Vila do Bispo quer migrantes transferidos para local "com mais condições" até terça: "Não vamos ter 38 pessoas confinadas num pavilhão"
Em declarações à TSF, a autarca de Vila do Bispo pede maior regulação nas fronteiras. "Esperemos que em termos de fronteiras estas situações sejam mais regularizadas o quanto antes. Porque, acima de tudo, estamos a falar aqui de pessoas, homens, mulheres e crianças que precisam de ajuda", sublinha
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A presidente da câmara de Vila do Bispo espera que, até terça-feira, os 38 migrantes que desembarcaram na sexta-feira na Praia da Boca do Rio, Algarve, vindos do Norte de África, possam ser transferidos para outro local "com mais condições".
"É um pavilhão desportivo. Não vamos ter 40 pessoas confinadas e fechadas num pavilhão. Por isso, penso que esta situação se resolva brevemente", afirma Rute Silva, em declarações à TSF.
Os migrantes estão alojados num pavilhão desportivo, em Sagres, que foi preparado pela câmara para responder às necessidades mais urgentes deste grupo.
O município, diz, tem prestado toda a ajuda "possível", desde alimentação e conforto. Além disso, os 31 adultos e sete crianças que chegaram ao Algarve num barco de madeira, com sinais de desidratação, estão também a receber apoio psicológico.
"Neste momento tínhamos receitas para uma pequena escoriações e algumas situações de insolação que necessitavam. Fomos adquirir a medicação. Está tudo dentro daquilo que é a normalidade expectável para uma situação destas", acrescenta.
Ainda assim, espera que os migrantes possam ser transferidos para um sítio "com mais condições", ressalvando que esta foi uma solução "provisória".
"Estamos a falar de um pavilhão. Aguardamos por parte das entidades o seguimento desta situação", insiste.
Na sequência deste caso, a autarca de Vila do Bispo pede igualmente maior regulação nas fronteiras. "Esperemos que em termos de fronteiras estas situações sejam mais regularizadas o quanto antes. Porque, acima de tudo, estamos a falar aqui de pessoas, homens, mulheres e crianças que precisam de ajuda", sublinha.
A vigilância e o controlo do espaço marítimo, através de ações de patrulhamento no mar e em terra, junto à costa do Algarve, já foram reforçadas pelas autoridades no sábado.
O juiz do Tribunal de Silves decretou que os migrantes de nacionalidade marroquina têm de deixar o país muito rapidamente. Por sua vez, o Governo garantiu estar a trabalhar para que isto aconteça "o mais rápido possível". Se optarem pelo abandono voluntário de Portugal, têm 20 dias para o fazer. Caso contrário, o afastamento coercivo tem um prazo de execução de 60 dias.
O ministro com a tutela da Imigração, António Leitão Amaro, também já adiantou que, enquanto este processo decorre, os migrantes vão ficar num centro de instalação temporária. Mas não adiantou onde, nem quando vão ser levadas para lá.