Vilar de Mouros: Blind Zero regressaram "a casa" com temas novos
Corpo do artigo
Os Blind Zero foram a segunda banda a tocar este sábado, na noite de despedida da edição 2022 do festival de Vilar de Mouros. Foi um (quase) regresso a casa. Estrearam três músicas de um novo trabalho, que vem a caminho, uma delas criada a muito pouca distância da mítica aldeia de Caminha.
Aquela região é tudo menos desconhecida da banda, que há muito, vive temporadas por ali. E para além de uma música nova, também tem berço em Caminha, na serra d'Arga, um novo videoclipe da banda. De resto, mesmo que não fosse para tocar (pela terceira vez) num terreno perfeitamente conhecido, a formação rock liderada por Miguel Guedes ali estaria igualmente.
"É um privilégio tocar quase em casa. É um festival muito bonito, para além de histórico com hiatos, tem características muito próprias intergeracionais que nos agradam muito. E o cartaz desta noite diz-nos muito", afirmou o vocalista dos Blind Zero, Miguel Guedes, referindo: "Nós viríamos ver, se não estivéssemos a tocar. Iríamos interromper as gravações do disco para o fazer, portanto, viemos ainda com mais agrado, por poder partilhar o palco com Iggy Pop, Bahaus. É absolutamente extraordinário."
"É algo que fica para a nossa memória singular e coletiva", acrescentou.
TSF\audio\2022\08\noticias\27\ana_fernandes_vilar_mouros_blind
Juntaram o útil ao agradável, e estrearam músicas do próximo álbum, "Courage and Doom", que será editado até ao final do ano.
"Qualquer estreia, é uma estreia onde nós assinamos um papel de ansiedade sempre. Há sempre uma comoção e uma emoção muito próprias. Tocar pela primeira vez algumas músicas do novo disco, que ainda estamos a acabar de gravar - saímos do estúdio porque o convite para tocar aqui era irrecusável -, perante tanta gente, é um desafio aos nervos", Miguel Guedes, meia hora antes de subir a palco de Vilar de Mouros, pela terceira vez no percurso da banda fundada em 1994.
O guitarrista Vasco Espinheira comentou que um dos novos temas, Isolation, "começou a dois quilómetros" de Vilar de Mouros. "Isso tem piada. O princípio da canção começou aqui e depois obviamente foi elaborada por todos na sala de ensaios", contou, referindo que o baixista, o guitarrista (ele próprio) e o baterista da banda "passam muito tempo em Caminha, desde há vinte anos".
Para além de berço daquela canção, a Serra d'Arga, também em Caminha, é cenário de um novo videoclipe da banda. "É na serra, no meio da floresta. Estamos a fazer um projeto, em que tocamos ao vivo e gravamos em espaços não tradicionais de espetáculos. Um exemplo são as grutas de Mira de Aire e também gravamos aqui", descreveu.
