Vincular cinco mil professores? Sindicatos acusam Governo de "ausência de visão da realidade"
Os professores estão esta quarta-feira em greve contra o OE2023, que o ministro João Costa descreve como "um bom orçamento para a educação".
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O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Mário Nogueira, considera muito insuficiente a vinculação de mais cinco mil professores, número avançado pelo ministro da Educação esta manhã no Fórum TSF.
"O Código de trabalho prevê que, ao fim de três contratos - e no caso dos professores diria três anos - as pessoas devem entrar nos quadros e devem ser efetivos", no entanto isso não acontece no caso de milhares de professores, aponta.
Mário Nogueira destaca ainda que no mais recente relatório anual da OCDE Education at a Glance, Portugal está a dois mil milhões de euros da média de despesa que os países da OCDE fazem em educação.
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Além disso, condena, o "orçamento de Estado prevê um corte de 600 milhões de um ano para o outro. O senhor ministro escusa de explicar isso com a transferência dos funcionários, porque ainda que houvesse uma redução devido a essa transferência para os municípios, o orçamento do Estado teria que ter aumentado para aí."
Por sua vez, também no Fórum TSF, João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional Da Educação (FNE) acusa o Governo de "ausência de visão da realidade."
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Dos vinte mil professores que seria necessário contratar para garantir que este ano letivo funciona regularmente, apenas cinco mil vão ser vinculados. "Isto é sinal de que a precariedade vai continuar e a intenção de continuar a precariedade em vez de colocar nas escolas o número de professores que é absolutamente indispensável para que as escolas funcionem regularmente".
"Com estes números, aquilo que o Ministério da Educação está a dizer é que no próximo ano vamos continuar a abrir o ano letivo com falta de professores."
O secretário-geral da FNE garante ainda que a greve de professores desta quarta-feira está a fechar muitas escolas.
"Temos centenas e centenas de escolas encerradas por todo o país e a generalidade dos alunos estão sem aulas, o que significa que há nessas escolas também um número muito significativo de professores que estão em greve", destaca.