Das quase 2.500 mulheres entrevistadas para um estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, 14% já esteve num relacionamento mas agora não tem companheiro.
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A violência doméstica foi apontada como a segunda principal razão para o fim de um relacionamento entre as mulheres portuguesas, de acordo com o estudo divulgado esta terça-feira pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
As mulheres portuguesas indicam que 26% das separações deveram-se a violência doméstica ou de género, revelando que foram vítimas de agressões ou tentativas de agressão, de intimidação, ameaças, chantagem psicológica ou tentativa de relações sexuais à força.
O estudo revelou que a principal causa que levou à separação foi o desvanecer da relação, com 44% das mulheres a explicar que o relacionamento "foi-se apagando pouco a pouco", acabando por criar distância entre os dois.
A terceira principal razão para as separações está ligada à infidelidade, com 20% das mulheres a afirmar que a relação chegou ao fim porque o companheiro conheceu outra pessoa.
Antes só do que mal acompanhada
A maioria das mulheres portuguesas (71%) tem um companheiro. Destas, 56% vivem com ele. Os dados indicam ainda que 2% das mulheres declaram ter uma companheira.
O estudo concluiu também que o parceiro é a faceta com mais capacidade de influenciar a felicidade ou infelicidade da vida da mulher.
A pesquisa identificou quatro aspetos que fazem com que mulheres que se sintam muito felizes com o companheiro: que ele participe de forma ativa nas tarefas domésticas, que ele a oiça, que ele lhe dedique tempo e que seja carinhoso e atencioso.
No extremo oposto, os três aspetos que geram mais infelicidade entre as mulheres são a infidelidade, a falta de generosidade e relações sexuais pouco satisfatórias.
Os dados mostram também que estar numa relação infeliz afeta de forma muito mais negativa as restantes facetas da vida da mulher do que não ter qualquer parceiro, ficando assim confirmado que mais vale só que mal acompanhada.
Menos é mais
Em relação à vida sexual, 30% das mulheres que vivem com o parceiro declaram ter relações sexuais mais de duas vezes por semana em que ela chega sempre ou quase sempre ao orgasmo.
De acordo com o estudo, a frequência com que a mulher consegue chegar ao orgasmo é mais importante que a frequência com que costuma ter relações sexuais com o parceiro. Muitas dizem-se igualmente felizes com o companheiro se a frequência com que têm relações sexuais é de uma ou de duas vezes por semana.
Os investigadores concluíram ainda que os filhos são um potencial agente desgastante das relações de casal, já que a presença de crianças na vida do casal, sejam de ambos ou não, retira quase um ponto à felicidade média das mulheres.
O estudo coordenado pela investigadora Laura Sagnier entrevistou 2428 mulheres entre os 18 e os 64 anos a viver em Portugal, uma amostra que representa quase 2.7 milhões de mulheres no país.