Autarquia diz que mau tempo da última semana não é desculpa pois "estrada da morte", como é conhecido o IP3, esteve anos ao abandono.
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A Câmara Municipal de Viseu garante que as obras que estão a ser feitas no IP3 são apenas uma operação de cosmética e pede ao Estado que isente de portagens os condutores que usam a A25 como alternativa.
As críticas são antigas, mas a situação agravou-se nos últimos tempos: por causa das tempestades da semana passada, o IP3 esteve vários dias cortado e mantém-se com a circulação interdita perto de Penacova no sentido Coimbra-Viseu.
O presidente da autarquia, Almeida Henriques, diz à TSF que o mau tempo não é desculpa para aquilo que aconteceu pois "a manutenção não existia, há troços sem sinalética nem vertical nem horizontal e o piso está em péssimo estado. Foi uma estrada votada ao abandono durante anos e um espaço que não tem manutenção tem mais probabilidades de ter problemas quando existe mau tempo", afirma.
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A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) pediu há dias a isenção de portagens para veículos pesados nas auto-estradas que servem de alternativa ao IP3 e a câmara de Viseu admite que faz sentido.
Almeida Henriques diz que as obras que já estavam e continuam a ser feitas no IP3 são apenas uma operação de cosmética e "durante este período em que está cada vez mais difícil a ligação, podendo demorar 2 horas de Viseu a Coimbra, é uma questão que o Governo podia ponderar sobretudo na A25 entre Viseu e a A1".
"Estamos a ser duplamente penalizados" com mais 24 quilómetros de percurso e o custo extra da portagem, afirma.
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O presidente da Câmara de Viseu recorda que o IP3 é conhecido como "a estrada da morte" e para quem circula na região, na prática, "como se não existisse".
As obras "de cosmética", como são classificadas por Almeida Henriques, que estão a ser feitas num troço de 11 quilómetros, fazem com que seja "praticamente impossível circular hoje no IP3".