O número de pedidos de "Vistos Gold" da China diminuiu desde o caso de corrupção descoberto em novembro passado. Queda está a ser compensada pela procura de outros países.
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"Ninguém gostou do que se passou, evidentemente, mas estamos todos muito empenhados no sucesso do programa, salvaguardando ao máximo os interesse do país e do investidor", disse José Cesário, ontem em Pequim.
O governante, que tutela os serviços consulares da rede diplomática, realçou que o programa de "Vistos Gold", lançado pelo Governo português no final de 2012 com o nome de 'Autorização de Residência para Investimento', "tem tido bastante sucesso".
"Houve uma redução de 20% [dos pedidos] na China [nos últimos meses], mas que tem sido compensada por um aumento significativo noutras origens, nomeadamente Brasil", afirmou José Cesário.
Onze pessoas, entre as quais o diretor-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e o presidente do Instituto de Registos e Notariados, foram detidos em novembro no âmbito de uma investigação policial sobre corrupção no processo de atribuição dos "Vistos Gold". "Ninguém sabe exatamente o que se passou. Aguardamos as averiguações da Justiça", comentou José Cesário.
Vários países europeus têm idênticos programas para atrair capitais externos, mas segundo José Cesário, o escândalo descoberto há seis meses em Portugal não tornou os "Vistos Gold" menos atraentes: "Estamos mais ou menos com os mesmos números", disse.
Até ao final de março passado, já tinham sido atribuídos cerca de 3.500, mais de dois terços dos quais a cidadãos chineses, representando no conjunto um investimento de quase 1.400 milhões de euros.
Os brasileiros figuravam em segundo lugar, seguidos dos russos e sul-africanos.