A associação de defesa dos consumidores reclama indemnizações para os portugueses com veículos afetados pelo escândalo das emissões poluentes do grupo Volkswagen.
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A Deco apelou esta quinta-feira ao Ministério do Ambiente para que quantifique os danos ambientais causados pelos veículos Volkswagen com emissões manipuladas e exija a respetiva indemnização, à semelhança do que aconteceu nos EUA.
"Nos Estados Unidos, a Volkswagen vai desembolsar 10 mil milhões de dólares para compensar os consumidores enganados. Em Portugal foram afetados 125 mil proprietários e não está prevista qualquer compensação", criticou Bruno Santos, da associação de defesa dos consumidores Deco/Proteste.
Os Estados Unidos da América não aceitaram o mero pedido de desculpas dos responsáveis da marca alemã e firmaram um acordo, a 28 de junho, para resolver o escândalo das emissões ilegais dos motores a diesel da Volkswagen, que vai custar à marca alemã 14,7 milhões de dólares.
"Aqui na Europa parece que somos parentes pobres, que não comprámos os mesmos carros ou não fomos enganados da mesma maneira [que os norte-americanos]", afirmou Bruno Santos.
O representante da Deco declara que, face às instituições europeias, a Volkswagen "geriu este processo como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse deliberadamente enganado, quer as autoridades públicas, quer os consumidores europeus".
A associação diz que vai questionar os ministérios da Economia e do Ambiente "com caráter de urgência" relativamente ao problema e deixa um último apelo público à Volkswagen para emendar a sua posição.
Em finais de junho, a Organização Europeia do Consumidor reclamou à Volkswagen a atribuição aos proprietários europeus das mesmas indemnizações acordadas com os norte-americanos.
Em setembro de 2015, os resultados dos testes a emissões poluentes de viaturas equipadas com motores 'diesel' do grupo Volkswagen acusaram a existência de viaturas equipadas com um dispositivo que permite a manipulação de informação relativa a emissões poluentes.
O grupo alemão admitiu a existência de 11 milhões de carros nestas circunstâncias, e em Portugal, de acordo com informação divulgada pela SIVA, estima-se que haja cerca de 94 mil viaturas afetadas, mais 23 mil da marca Seat, totalizando 117 mil veículos.