A votação final da reforma do IRC prevista para hoje foi adiada. A maioria PSD/CDS abre um novo período de negociação com o PS depois do fracasso registado nos últimos dias.
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A votação dos diplomas para a reforma do IRC foi hoje adiada por consenso, anunciou a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, durante o período de votações no plenário.
O líder do PS, António José Seguro, sugeriu mais tempo para que os socialistas e o Governo possam chegar a um acordo sobre a reforma do IRC.
No debate desta manhã, o PS ouviu Passos Coelho a falar de uma proposta que passou pelas conversas dos últimos dias mas que nunca chegou a ser formalizada: uma taxa de 17 por cento para lucros abaixo dos 12 500 euros.
«Podíamos, se o PS assim o entendesse, apontar para uma taxa reduzida que fosse transitória, que para os primeiros lucros das empresas utilizasse uma taxa que é aquela que gostariamos de atingir no final do período, entre os 17 e os 19 por cento, e para mostrar que estamos empenhados na melhor das taxas comprometemo-nos com o PS a defender 17 por cento», explica Passos Coelho.
Enquanto o Governo defende uma taxa reduzida de 17 por cento para os primeiros 12500 euros de matéria colectável, o PS quer a tributação dos primeiros 20 mil euros e propõe também que a sobretaxa das empresas com lucros muito elevados seja aplicada acima de 15 milhões de lucro e não acima dos 50 milhões, como defende o Executivo.
É sobretudo nestes pontos que reside o debate entre PS e maioria depois de uma invulgar e demorada troca de telefonemas em pleno hemíciclo.