"Votações mostrarão a convergência." Reunião que Governo pediu ao BE não é de negociação
Catarina Martins insiste que o Bloco de Esquerda mantém a disponibilidade para negociar, mas as votações do OE2021 na especialidade são esta sexta-feira. Coordenadora do BE estranha ainda "indignações seletivas" relativamente ao Congresso do PCP.
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A reunião entre o Bloco e o Governo não tem espaço para negociações. A um dia das votações do Orçamento do Estado para 2021 na especialidade, Catarina Martins garantiu que a reunião pedida pelo Governo não serve para negociar.
"O Governo não marcou esta reunião como uma reunião de negociação, marcou-a como uma reunião técnica de aferição dos votos na especialidade", revelou, acrescentando que "há votações e as votações mostrarão a vontade de fazer a convergência".
A coordenadora do Bloco de Esquerda insiste que "tem disponibilidade para qualquer reunião", mas "não vale a pena estar a fazer uma novela sobre reuniões", apenas perceber "se há um orçamento para responder à crise ou não".
"Se o Orçamento se mantiver como está é natural que o Bloco de Esquerda mantenha o seu voto", apontou a coordenadora do Bloco de Esquerda, frisando que as 11 propostas (com 12 medidas) serviram para "facilitar a vida", nomeadamente com "a capacidade de o SNS responder à crise, a proteção social de quem perdeu tudo com a crise, para travar a onda de despedimentos, proteger o emprego e com a transparência do uso dos dinheiros públicos".
"O Bloco de Esquerda pode fazer a sua parte, não pode fazer a parte do PS", atirou.
Sobre o realização do Congresso do PCP, que se realiza a 27, 28 e 29 de novembro, e que se houver renovação acontecerá em pleno estado de emergência, Catarina Martins estranha as "indignações seletivas".
Catarina Martins esteve numa reunião na Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar onde chamou a atenção para o facto de os médicos de famílias estarem a acompanhar 95% das pessoas infetadas por Covid-19.
"Não podemos desistir de contratar ao privado os médicos de família que saíram do SNS, é preciso incentivos para que essa contratação possa acontecer, nomeadamente condições de trabalho", começou por referir Catarina Martins, continuando apontando que "é preciso aliviar médicos de procedimentos burocráticos", mesmo que após a pandemia haja ponderação, mas também "colocar centrais telefónicas nos centros de saúde" e "mudar os critérios sobre o que se faz com a atividade não Covid".