Falando sobre a manifestação de 2 de março, o chefe de Estado lembrou as preocupações que tem tido nos últimos tempos, incluindo na sua mensagem de Ano Novo.
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O Presidente da República considerou, esta quarta-feira, que as vozes que se fizeram ouvir na manifestação com a «dimensão» da de 2 de março «não podem deixar de ser escutadas».
«Da minha parte, as preocupações são manifestadas há muito tempo e fazem parte das minhas manifestações públicas e do diálogo que mantenho com entidades internacionais e nacionais», frisou Cavaco Silva.
Na sua primeira aparição numa cerimónia pública num mês, Cavaco aludiu à sua mensagem de Ano Novo onde colocou «como primeira prioridade, ao lado de numa consolidação orçamental, o crescimento económico e a criação de emprego».
Sobre o facto de não falar há algum tempo com os jornalistas, Cavaco Silva lembrou que «há uma relação inversa entre um protagonismo imediato de um Presidente da República e a sua capacidade de influência nas decisões políticas».
«Um Presidente da República que fale muito à comunicação social normalmente não tem influência sobre as decisões que se tomam no país», continuou Cavaco, à margem da inauguração de uma nova moagem da fábrica da Nacional, em Lisboa.
O chefe de Estado recordou ainda que «um Presidente sensato e responsável» fala sobre «aspetos concretos ao primeiro-ministro nas mensagens que lhe pode passar nas quintas-feiras e não o faz em público».
«Meço as palavras porque quero contribuir para a resolução dos problemas. O que está permanentemente nas minhas preocupações é a defesa dos interesses nacionais. É o que faço todas os dias nas dez horas que passo na Presidência da República», concluiu.