Web Summit em Lisboa tornou ecossistema de startups "mais maduro, vibrante e internacional"
À TSF, CEO da Startup Lisboa sublinha que Portugal "está a viver algo único" e refere que a pandemia trouxe novas oportunidades para a capital portuguesa.
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A cumprir o quarto ano em Lisboa, a Web Summit voltou a trazer à capital portuguesa as maiores empresas tecnológicas e de inovação, sendo esta uma oportunidade única para juntar ideias a potenciais investidores.
Além do empreendedorismo estrangeiro que se mostra ao mundo a partir de Portugal por estes dias, este é também um palco para o ecossistema de startups de Lisboa que, na opinião do CEO da Startup Lisboa, "está mais maduro, vibrante e internacional".
Sendo uma das incubadoras mais antigas do país e estando a um ano de cumprir a primeira década de vida, a Startup Lisboa conseguiu beneficiar, nos últimos anos, da presença da maior cimeira tecnológica do mundo, que colocou Lisboa no mapa mundial da inovação.
"Trouxe para Portugal e para Lisboa toda a atenção internacional. Hoje chegam quotidianamente a Lisboa fundadores de empresas que querem aqui ver nascer os seus projetos, vê-los crescer, das mais diferentes geografias", conta à TSF Miguel Fontes.
Para o CEO da Startup Lisboa, a Web Summit "projetou a capital portuguesa como uma cidade amiga da inovação, tecnologicamente evoluída, de espírito empreendedor, e que quer no fundo, receber quem vier por bem para aqui investir, trabalhar e viver".
Depois da crise, a oportunidade
Apesar da crise provocada pela pandemia, as startups, refere o Miguel Fontes, conseguiram adaptar-se à nova realidade. "Eram as que estavam em melhores condições para lidar com esta imprevisibilidade que o Covid trouxe. Foram capazes de se adaptarem de uma forma muito rápida, acelerando uma dinâmica que já vinha detrás que já vinha no fundo com aquilo que nós chamamos o Nomadismo Digital e com o trabalho em modo Remote.
Neste campo, o CEO da Startup Lisboa diz que a adoção de hábitos de trabalho à distância trouxeram ainda mais uma oportunidade para Lisboa se impor como destino ideal para as empresas inovadoras e em fase de crescimento. "Se pensarmos nisso, percebemos quão relevante é a proposta de valor de uma cidade como Lisboa tem para este tipo de empresas, porque no fundo lhes permite-lhes, aqui estarem um conjunto de pessoas, a desenvolverem os seus projetos, as suas funções profissionais, sem estarem circunscritas a um espaço físico de escritório." Por isso, "Lisboa é uma das cidades ideais porque concilia muito bem uma dimensão mais profissional em que está muito bem servida de aquilo que é muito relevante, um ecossistema vibrante, uma infraestrutura sólida, com acesso a uma boa conectividade, sem digital, física, com boas ligações aéreas".
Miguel Fontes sublinha que se adicionarmos "a capacidade de atrair talento, onde quer que ele esteja, faz com que de facto, nós hoje vejamos tantas e tantas empresas, sem elas startups, sejam multinacionais, independentemente da escala ou setor de atividade, a elegerem Lisboa como o local ideal para fazerem crescer os seus projetos", dando o exemplo da indústria automóvel, da Mercedes, BMW, Volkswagen, que têm em Lisboa o seu hub digital direcionado para todos os mercados mundiais.
O responsável conclui que os responsáveis políticos e os portugueses devem ter "consciência que estamos a viver algo de único que é a oportunidade que o digital traz consigo".
"Durante muitos anos fomos muito penalizados enquanto sociedade, enquanto economia, por sermos um país periférico, longe dos grandes mercados consumidores, longe das matérias primas, com grandes desafios logísticos para colocarmos os nossos produtos. Ora, hoje neste mundo digital, a posição geográfica não é tão penalizadora e importante há aqui uma oportunidade enorme que é sermos capazes de abraçar este novo paradigma de desenvolvimento de produtos e serviços que fazem da inovação, do conhecimento, os seus fatores críticos de sucesso."
Lisboa, berço dos Unicórnios
Comentando a proposta do novo presidente da Câmara de Lisboa, que quer ter na cidade uma Fábrica de Unicórnios, Miguel Fontes entende a proposta, elogiando o número de empresas que já estão valorizadas em mais de mil milhões de euros.
"Nós já temos hoje per capita o dobro de unicórnios que tem, por exemplo, a França. Hoje já temos o dobro de Unicórnios e diria que iremos ter mais um ou dois nos próximos tempos. Entendo a proposta se estivermos a falar de criar as condições para dizer que todos aqueles que tenham ambição, que tenham ideias, que sejam capazes de fazer a diferença na economia contemporânea, de trazer essa disrupção ao mercado."
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