O fármaco chegará às farmácias no dia 7 de abril e não conta com a comparticipação do Serviço Nacional de Saúde
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Os médicos portugueses vão, a partir desta terça-feira, poder prescrever o Wegovy, um novo medicamente que tem como objetivo combater a obesidade, que, para um mês de tratamento, custará 245 euros, não tendo comparticipação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em declarações à TSF, a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade espera que o próximo Governo aprove a comparticipação do tratamento.
A notícia foi avançada, esta segunda-feira, pelo jornal Público, que dá conta que o medicamento apenas chegará às farmácias no dia 7 de abril e não conta, para já, com a comparticipação do SNS, ao contrário do que acontece com o Ozempic. O fármaco poderá ser prescrito a partir de 1 de abril pelos médicos e custará mensalmente 244,80 euros aos doentes.
Ouvido pela TSF, José Silva Nunes, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, afirma que "o Wegovy tem o mesmo principio ativo do Ozempic (medicamento para tratamento de diabetes tipo 2), mas com uma dosagem superior, tornando-o extremamente eficaz nas pessoas que queiram combater a obesidade".
"A obesidade na população portuguesa entre os 25 e 74 anos chega perto dos 30%. Qualquer que seja o Governo, é preciso existir comparticipação para haver iniquidade social", explica.
O Wegovy é indicado para pessoas com mais de 12 anos, diagnosticadas com obesidade e deve ser usado em complemento de um estilo de vida mais saudável. Este será o quinto fármaco, comercializado em Portugal, para o tratamento da obesidade.
A Novo Nordisk, empresa responsável pelo medicamento, acredita que não vão existir constrangimentos nas farmácias e que a quantidade distribuída será suficiente para as necessidades, tendo em conta o elevado custo.
Uma fonte da empresa, garantiu ao Público, que a farmacêutica "está empenhada em dialogar com as autoridades de saúde e decisores políticos para alcançar soluções que garantam o acesso daqueles que mais precisam do melhor tratamento".
A empresa pediu, em 2024, para que houvesse comparticipação do medicamento. O Infarmed rejeitou por ausência de uma estratégia integrada para o tratamento da obesidade no SNS. Ao mesmo jornal, fonte oficial da Novo Nordisk afirma que voltará a submeter o pedido "assim que estejam reunidas as condições que permitam a sua avaliação".
