No discurso de abertura das jornadas parlamentares do PS em Viseu, o líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, insistiu na ideia de que o Governo não tem mandato dos portugueses para fazer «cortes obsessivos».
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O líder parlamentar socialista afirmou hoje que o PS é um partido que respeita as instituições e os mandatos políticos, mas advertiu que não permitirá a subversão das regras da ética democrática contra a Constituição.
«Queremos que os portugueses saibam que respeitamos as instituições e os mandatos, mas não permitiremos a subversão da ética democrática. A alternativa não é entre a incompetência desta maioria [PSD/CDS] e o caos», declarou o presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Na sua intervenção, Carlos Zorrinho considerou que a opção que se coloca a Portugal «é entre a incompetência e a obsessão desta maioria e um Governo rigoroso, focado nas pessoas, respeitador da Constituição e integrado no diálogo europeu».
«Temos um Governo sem autoestima e sem rumo, que tem medo dos portugueses e, por isso, em vez de os mobilizar para os desafios que temos de enfrentar, encomenda estudos a tecnocratas estrangeiros para poder insistir numa receita cujos resultados são trágicos», criticou.
Perante os deputados socialistas, Carlos Zorrinho reiterou a ideia de que a maioria PSD/CDS não pode contar com o PS para «branquear um corte de quatro mil milhões de euros no Estado social, para tapar um buraco orçamental criado pela incompetência das suas políticas».
«Esse buraco é da responsabilidade do Governo. O Governo que o resolva», afirmou, numa alusão à iniciativa do executivo de promover uma reforma do Estado.
Neste ponto, o presidente do Grupo Parlamentar do PS também voltou a sustentar que o Governo não tem mandato para cortar quatro mil milhões de euros nas funções sociais do Estado.
«Tem mandato dos portugueses para aplicar o seu programa eleitoral. Tem mandato da Assembleia da República para aplicar o programa de Governo, mas, ao contrário do que diz o primeiro-ministro, não tem mandato para aplicar cortes obsessivos por opção ideológica não validada pelos portugueses», acrescentou.