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A Assembleia Municipal do Porto aprovou a proposta para «atribuição da Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, a Sindika Dokolo», porque este «permitiu à Câmara apresentar a exposição "You Love Me, You Love Me Not"».
A proposta é da Câmara, foi votada segunda-feira e recebeu 40 votos a favor, quatro contra e uma abstenção.
Casado com a empresária angolana Isabel dos Santos, o congolês Sindika Dokolo é considerado o maior colecionador de arte africana contemporânea. Segundo se lê na proposta, a coleção tem «cerca de três mil obras».
O homenageado cedeu a sua coleção para ser exposta na Galeria Municipal Almeida Garrett, a partir da próxima quinta-feira, «suportando, além do mais, necessidades logísticas e financeiras essenciais à sua concretização».
A CDU salientou que se deve evitar a «atribuição casuística destes galardões», guardando-os para uma cerimónia única e própria. Está previsto que essa cerimónia seja no S. João.
A deputada Adriana Aguiar Branco, do grupo municipal Porto, O Nosso Partido, apoiante do presidente da Câmara, Rui Moreira, elogiou a política cultural do atual executivo e a proposta apresentada.
«Pouco importa a origem da coleção. O que importa é o valor intrínseco desta coleção», referiu também.
O Bloco de Esquerda, que votou contra a proposta, considerou "fantástico ter sido possível chegar a esta exposição", mas disse haver "uma banalização" na atribuição de distinções municipais.
A bloquista Ada Pereira da Silva afirmou ainda que «não há justificação» para atribuir aquela medalha a Sindika Dokolo e à sua fundação, alegando que «há apenas um começo» na relação com o município.
O PSD defendeu que a atribuição deste tipo de galardões deve ser aprovada por «unanimidade», também disse que se está a «banalizar» este tipo de medalhas e acrescentou que, neste caso, a Câmara podia ter proposto apenas «o reconhecimento do município».
«Não está em causa a pessoa em si», frisou o deputado social-democrata Luís Artur.
Rui Moreira afirmou que as medalhas da cidade continuarão a ser atribuídas no S. João, mas acrescentou que «há circunstâncias que justificam uma atribuição excecional».