A cocaína que abalou Rabo de Peixe. O drama chega agora à Netflix
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A cocaína que abalou Rabo de Peixe. O drama chega agora à Netflix

A segunda série portuguesa na plataforma de streaming estreia esta sexta-feira. Tem como protagonistas José Condessa, Helena Caldeira e André Leitão. A TSF falou com o realizador Augusto Fraga.

Em 2001, o naufrágio de um iate ao largo de Rabo de Peixe mudou a pequena vila piscatória localizada a norte da ilha de São Miguel, nos Açores. Nas margens do Atlântico, os jovens pescadores encontraram meia tonelada de cocaína com um grau de pureza de 80%.

As autoridades só conseguiram recuperar 400 quilos e até hoje desconhece-se o que terá acontecido ao resto da droga. Esta história foi tema de muitos artigos de jornal, peças de televisão e documentários não só em Portugal e em todo o mundo. Agora, inspira a segunda série portuguesa na Netflix.

"Rabo de Peixe" era uma história que estava na "gaveta" de ideias de Augusto Fraga, o realizador que agora chega pela primeira à plataforma de streaming. "Todos os criadores temos uma gaveta cheia de ideias que vamos acumulando ao longo dos anos e em constantemente em conversas ou em leituras. Quando a Netflix e o Instituto de Cinema e Audiovisual (ICA) nós estávamos em pandemia, eu estava com a minha família isolado nos Açores e tinha tempo para escrever. Então, nesse contexto pensei que ideia das que tenho guardadas vou pegar e pensei que era o momento certo para pegar em Rabo de Peixe", revela à TSF Augusto Fraga.

Para o realizador açoriano, foi fácil retratar as pessoas da vila de Rabo de Peixe, que pertence ao concelho de Ribeiro Grande, que hoje é um dos mais jovens do país. "Nasci em Vila Franca do Campo, a 20 minutos de Rabo de Peixe. Estudei lá, a minha vida e a minha infância foi com pessoas muito parecidos como as que retratamos na série e talvez por isso, a forma como eu vejo Rabo de Peixe sempre foi do ponto de vista da liberdade, espontaneidade, de alguma ingenuidade, da pureza, da coragem e do orgulho", afirma. Sem spoilers, Augusto Fraga garante que quem vir a série "será esse o ponto de vista" que estará retratado.

Do mistério na vida real, a história passou a drama na ficção. Além do evento real, "tudo o que acontece a partir daí, é uma ficção sobre as centenas de quilos que não foram encontrados na altura." Aos dias de hoje, o valor da droga ultrapassa os 150 milhões de euros.

Augusto Fraga tem desenvolvido o seu trabalho no estrangeiro e na área da publicidade. Desta vez, quis entrar na área da ficção e confessa que ficou rendido ao talento português.

"O que decidi fazer com o Bernardo Almeida foi um casting muito alargado, sem preconceitos e aprovações prévias", frisa Augusto Fraga, sublinhando que ficou surpreendido. "O mérito foi dos atores. Fizemos cinco sessões de casting diferentes até chegar aos nossos protagonistas. No dia em que fechámos o casting estava absolutamente convencido que tínhamos o melhor casting para contar esta história."

Para Augusto Fraga, a grande diferença para quem trabalha na área da publicidade "é a profundidade". "Permite-nos uma verdade sobre o mundo em que acreditamos porque temos tempo para isso. Por outro lado, ao termos com plataformas como a Netflix cujo o público é importante, não deixa de ser muito diferente como trabalhar com clientes como trabalho com marcas como a Nike ou a Apple como trabalho noutros países", assinala.

A série "Rabo de Peixe" está disponível a partir desta sexta-feira e tem como protagonistas José Condessa, Helena Caldeira, André Leitão, Rodrigo Tomás, Maria João Bastos, Albano Jerónimo, entre outros."

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