A versão digital dos "Papéis da Prisão" de Luandino Vieira

O livro que reúne os manuscritos do escritor angolano durante a prisão em Luanda e no Tarrafal passa a ser um acervo digital, de interesse geral para compreender a história do colonialismo.

O arquivo dos diários de prisão de José Luandino Vieira, escritos na prisão de Luanda, e depois, nos anos 60 e 70, no Tarrafal, está disponível a partir desta quarta-feira em formato digital.

Todos os manuscritos, que incluem criação artística de texto, desenhos, e pensamento político sobre o colonialismo e a ditadura estão refletidos nestes documentos editados em livro, em 2015, e que agora ganham outra vida.

O trabalho do centro de estudos sociais da Universidade de Coimbra, como o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, foi coordenado por Margarida Calafate Ribeiro e contou com a participação do próprio Luandino Vieira.

A investigadora entende este arquivo como uma ferramenta que ajuda a interpretar a obra escrita do autor angolano e é uma peça importante para compreender a história do colonialismo português.

Os manuscritos incluem desenho, letras de músicas tradicionais e dicionários de português para vários dialetos, como o quimbundo.

Outra ideia sugerida pela investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, numa conversa com a TSF, é a importância de compreender os atores da luta contra o regime colonial pelas novas gerações, cujas vidas foram determinadas pela independência das antigas colonias portuguesas. É, nesse sentido, uma herança para o futuro.

Nesta apresentação será também mostrado um excerto de 15 minutos de um documentário sobre Luandino Vieira, um trabalho que ainda não está completo. À TSF, a autora Sandra Inês Cruz, jornalista e investigadora do centro de estudos sociais da Universidade de Coimbra, revela que escolheu mostrar as gravações feitas nos locais onde o escritor esteve preso: do Aljube ao Tarrafal.

O "Acervo Digital, Papeis da Prisão" está disponível a partir desta quarta-feira aqui e o lançamento inclui uma conversa do investigador Roberto Vecchi com o próprio José Luandino Vieira, logo à tarde, na Fundação Calouste Gulbenkian.

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