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De Paris a Dakar, das férias nos Alpes ao casamento com Orlando Ribeiro, da sala de aula para o mundo, todas as palavras são poucas para descrever o percurso e o trabalho da geógrafa franco-portuguesa.: "a geografia é isso, é a descrição do mundo", refere, aos 95 anos, com o mesmo entusiasmo com que recebe os primeiros visitantes da exposição inaugurada na Biblioteca Nacional, esta semana. O conjunto de fotografias, selecionado por Duarte Belo e Madalena Vidigal, habita as paredes do primeiro andar, mas podemos trazê-las no livro, com o mesmo nome. Um Atlas, para seguir viagem.
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22 de outubro de 2019. Neste dia, o fotógrafo Duarte Belo viu o filme de Luísa Homem, Suzanne Daveau, exibido na Culturgest, no âmbito da programação Doc Lisboa, Aí nasce a ideia deste projeto. A série de fotografias comentadas pela geógrafa, impressionam a tal ponto que Duarte Belo fica amarrado à ideia de conhecer a fundo o espólio da mulher que " procurou na natureza o que estava nos livros" . 8.500 fotografias digitalizadas e aproximadamente 1600 fichas, foram o posto de observação para a exposição ATLAS.
Aos 95 anos, Suzanne Daveau vive o momento, agradecendo a visibilidade que a exposição dá ao seu trabalho, mas espera que os que a visitem, possam entender a raiz do seu conhecimento e da sua curiosidade. A fotografia, é, para a geógrafa, um documento que ajuda a interpretar a paisagem. Ela já pousou a máquina, mas a fotografia continua, como espelho dum mundo em transformação.
Suzanne vive sozinha, numa casa com vista para a serra de Sintra " uma sorte nestes dias confinados", e lamenta que a morte ainda seja um tema tabu, " porque na minha idade morrer de Covid ou de outra coisa, é exatamente igual . A minha vida é o que está aqui, registado".
Rural; Humanidade; Cidade; Natureza; Mirantes; Tempo, assim se desenhou o mapa da geografia de Suzanne Daveau. Duarte Belo guia-nos o olhar.