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Em entrevista à TSF, o novo 'paraministro', António Costa e Silva, afirmou que "a geografia tem determinado o destino de Portugal ao longo de séculos". Para o empresário, o país vive duplamente confinado: primeiro, por Espanha, e, depois, pela Península Ibérica.
Este confinamento fez com que Portugal desenvolvesse uma "falha em termos de autonomia estratégica", da qual ainda não conseguiu recuperar, mas que, segundo Costa e Silva, terá como solução uma aposta simultânea em dois domínios (e não alternada, como tem sido feito até agora): continental e marítimo.
António Costa e Silva quer uma aposta em dois eixos para ultrapassar os constrangimentos geográficos de Portugal
O paraministro defende que, para ultrapassar estes constrangimentos, Portugal tem de explorar a dimensão continental, oferecendo como exemplo a necessidade da ligação da rede ferroviária nacional às redes ibérica e europeia. O objetivo é acabar com a "bitola ibérica", que tem vindo a condicionar determinantemente o desenvolvimento da ferrovia portuguesa - um projeto que, garante, "é muito caro" ao primeiro-ministro.
Pelo lado da dimensão marítima, Costa e Silva exalta a importância de um hub portuário que envolva os portos de Sines, Leixões e das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, com uma aposta nas plataformas logísticas.
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Ouça aqui, na íntegra, António Costa e Silva, entrevistado pelo jornalista Ricardo Alexandre
O novo 'paraministro' quer construir um verdadeiro "cluster do mar", tirando proveito dos "4 milhões de quilómetros quadrados sob jurisdição do Estado português, com a extensão da plataforma continental".
Lembrando que "sempre que o país se virou para o mar, prosperou", António Costa e Silva afirmou que o mar tem de deixar de ser "a casa de banho do planeta" e que Portugal tem de aproveitar os recursos que este lhe oferece, particularmente junto à região dos Açores.
"As pessoas ficaram escandalizadas quando eu disse que fiz um esboço em pouco tempo, mas eu penso nisto há muito tempo", atira.

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*com Ricardo Alexandre