A partir de abril o Banco de Portugal (BdP) recomenda à banca que passe para sete anos o limite para pagamento das prestações do crédito pessoal.
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A nova recomendação do BdP foi esta sexta-feira apresentada e num comunicado o Banco central define que "face aos riscos observados no atual enquadramento, o Banco de Portugal, na qualidade de autoridade macroprudencial e por deliberação do Conselho de Administração de 28 de janeiro de 2020, decidiu reduzir a maturidade máxima das novas operações de crédito pessoal para 7 anos. Excetuam-se os créditos com finalidades de educação, saúde e energias renováveis, cuja maturidade máxima continuará a ser 10 anos, desde que estas finalidades sejam devidamente comprovadas", pode ler-se no documento.
Foi há dois anos que o BdP criou limites para a banca conceder crédito para a habitação, crédito automóvel e crédito pessoal. Como não houve alertas na área do crédito à habitação e ao automóvel o BdP só mexe no crédito pessoal.
Assim, a avaliação do BdP concluiu que " que a manutenção da tendência de aumento do prazo médio e do montante médio das novas operações de crédito ao consumo, em particular de crédito pessoal, pode constituir um risco acrescido para o sistema financeiro por implicar que os mutuários ficarão expostos a flutuações do ciclo económico por períodos mais longos".
O BdP diz-se "surpreendido" com a inversão no terceiro trimestre de 2019 da curva dos novos empréstimos ao consumo, tendo havido "uma aceleração dos crédito pessoal, cuja taxa de variação homóloga atingiu 22,2%"
Esta recomendação só é válida para créditos superiores a 10 ordenados mínimos (6350 euros) e mantém a recomendação de há dois anos que limitava o acesso ao crédito a metade (50%) dos rendimentos dos clientes.