Covid-19 provoca maior queda do PIB desde o início do século XX

Cenário macroeconómico do orçamento traça cenário desolador: o PIB vai cair 8,5%, a maior queda desde o início do século XX.

É o próprio ministério das Finanças quem o escreve no Orçamento: "Portugal não escapou às consequências socioeconómicas da crise pandémica. As medidas necessárias para controlar a doença tiveram um impacto direto na quebra do consumo das famílias e na atividade das empresas. De acordo com as estimativas atuais, em 2020, o PIB português registará a maior queda desde o início do século XX (-8,5%)".

A recuperação prevista para 2021 não chega para compensar a queda livre deste ano: o Produto Interno Bruto vai aumentar 5,4%, uma evolução "em linha com o crescimento esperado para a área do euro, que deverá situar-se em 5,1% (-7,9% em 2020) de acordo com as últimas previsões da OCDE".

O executivo garante que o próximo ano verá o investimento público crescer acima de 20%, "com o contributo decisivo do financiamento europeu e o investimento nos serviços públicos, sobretudo na saúde e educação".

O avanço, assegura o governo, justifica-se com a "forte execução de investimentos estruturantes, em áreas como a mobilidade sustentável, rodovia, infraestruturas da saúde e transição digital na educação, ao que se deverão acrescentar os investimentos no âmbito do novo Plano de Recuperação e Resiliência".

A procura interna vai aumentar 4,1 pontos percentuais, enquanto a externa crescerá 1,3 pontos, "por via de um maior dinamismo das componentes de consumo privado, investimento e consumo público, e de um crescimento das exportações mais intenso que o esperado para as importações".

O consumo privado deve avançar 3,9% depois de uma queda abrupta de 7,1% em 2020. O consumo público vai aumentar 2,4% em 2021 depois de um recuo de 0,2% neste ano.

O investimento duradouro das empresas (Formação Bruta de Capital Fixo) deve valorizar 5,3%.

Depois de caírem uns alarmantes 22% em 2020, as exportações vão crescer 10,9%. As importações, que caíram 17,9%, vão subir 7,2%.

O défice, tal como a TSF antecipou, vai ser de 7,3% do PIB em 2020 e 4,3% em 2021.

A taxa de desemprego vai atingir 8,7% neste ano, e 8,2% no próximo. A dívida pública vai disparar: atinge quase 135% em 2020 e 131% em 2021.

LEIA AQUI TUDO SOBRE O OE2021

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