Nacionalizado em 2008, o antigo Banco Português de Negócios ainda dá prejuízo ao Estado. Ex-organização já abriu rombo de mais de 4.200 milhões de euros nas contas públicas. E mais 50 milhões em 2021.
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Desde 2008 que não há Orçamento do Estado que não preveja custos com a "reprivatização do BPN". O de 2021 não é exceção: o antigo banco vai custar 50 milhões de euros às contas públicas no próximo ano. É quase tanto quanto o Estado conta gastar no subsídio extraordinário de risco para os profissionais de saúde.
O valor consta do OE2021, que acrescenta que em 2020 a despesa com a reprivatização do antigo Banco Português de Negócios alcançou 40,8 milhões.
O valor não é justificado nos documentos orçamentais, que se limitam e enunciar estes valores.
Segundo o Tribunal de Contas, o BPN custou, desde a nacionalização em 2008 e até ao final de 2017, 4.095 milhões de euros aos cofres públicos. Os valores conhecidos para os anos seguintes permitem concluir que desde a passagem para as mãos do Estado, que nas palavras de José Sócrates, primeiro-ministro da altura, não iria trazer prejuízos aos contribuintes, o rombo já vai em cerca de 4.260 milhões de euros. No próximo ano deverá ultrapassar a fasquia dos 4.300 milhões.
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Quatro anos depois na nacionalização, e em pleno resgate da troika, o Estado reprivatizou o BPN, vendendo-o ao Banco BIC por 40 milhões de euros.
A venda só aconteceu à terceira tentativa. Nas primeiras duas, em 2010, não houve compradores. Em 2011, depois do Estado retirar do banco os ativos problemáticos, criando para o efeito três veículos financeiros - a Parvalorem, a Parparticipadas e a Parups, o BIC mostrou interesse. O contrato foi assinado ainda nesse ano e concretizado em 2012.
O antigo presidente do BPN, José de Oliveira Costa, foi condenado em vários processos em tribunal, que resultaram numa pena de prisão de 15 anos. Morreu a 9 de março deste ano.
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