Groundforce vai pagar parte dos salários de fevereiro de imediato

A Groundforce vai pagar parte dos salários de fevereiro aos 2400 trabalhadores, de imediato. A revelação é feita à TSF pelo acionista privado da empresa. Alfredo Casimiro insiste que aceitou todas as condições impostas pelo ministro, incluindo a cedência de controlo da empresa.

Alfredo Casimiro revela, em entrevista à TSF, que ainda não foi possível pagar a totalidade dos salários de fevereiro. O acionista privado da Groundforce diz que se trata de uma situação "dolorosa", e adianta mais pormenores acerca das negociações com a Tutela.

A Groundforce vai pagar parte dos salários de fevereiro de imediato. Alfredo Casimiro afirma que já foram entregues 500 euros a cada trabalhador. "Recebemos hoje da segurança social uma fatia de dinheiro referente ao valor dos lay-offs que vai ser de imediato entregue. Conseguimos também, com mais alguns recebimentos, e com alguma dificuldade, distribuir 500 euros a cada um dos trabalhadores, de forma a tentar mitigar ao máximo esta falta de salários."

Alfredo Casimiro insiste também que aceitou todas as condições impostas pelo ministro, incluindo a cedência de controlo da empresa. "Tivemos esta manhã uma reunião com o senhor secretário de Estado Hugo Mendes e com um dos assessores do senhor ministro, em que concordámos com todas as propostas que o senhor ministro apresentou ontem na televisão, na conferência de imprensa que deu à noite", reconhece Alfredo Casimiro. No decurso da reunião, foi redigido um documento, que não foi validado pelo ministro, ausente no encontro, acrescenta o acionista. No entanto, o documento foi remetido para o ministro, para consulta, pelo que uma confirmação é ainda aguardada pela Groundforce. "Não me passa agora pela cabeça que o senhor ministro vá dar o dito pelo não dito", comenta.

Alfredo Casimiro confirma à TSF ter concordado com todas as exigências do Executivo, incluindo cedência do controlo da Groundforce, "dentro de tudo aquilo que o senhor ministro disse ontem na televisão".

O acionista privado da empresa não vê com particular espanto o facto de o governante não ter participado na reunião, uma vez que se trata de um "ministro diferente, com uma postura diferente", que "tem de se respeitar". Casimiro acusa Pedro Nuno Santos de ter um discurso em privado e outro em público e não fica surpreendido por o ministro não o ter recebido pessoalmente na reunião que teve com o Governo esta manhã.

Alfredo Casimiro conclui que o governante não quer conversar diretamente, visto que teria de se "comprometer".

"O senhor ministro só quer falar comigo em off, e não aceita conversar comigo numa reunião com advogados e técnicos para redigir o documento final." O representante da empresa assevera que o sentido do discurso em off e e em on de Pedro Nuno Santos é "diametralmente oposto".

Nesta entrevista à TSF, Casimiro acusa Pedro Nuno Santos de se comportar como na vaga de nacionalizações que houve em 1975 após o golpe de 11 de março, e considera que o ministro não tem um discurso moderado. "O discurso do senhor ministro Pedro Nuno Santos é um discurso radical e muito parecido com aquilo que aconteceu em 11 de março de 75", critica. Alfredo Casimiro defende, pois, que, numa democracia, num Estado de direito e num país da União Europeia, nem o primeiro-ministro e os restantes governantes nem o Presidente da República vão deixar que tal aconteça.

A Groundforce terá de ser restruturada, mas as alterações não passarão por despedimentos coletivos, sublinha o acionista. "Não nos passa pela cabeça", realça, dizendo também que "cortes radicais na estrutura de recursos humanos na empresa" estão fora de hipótese. Na perspetiva de Alfredo Casimiro, o setor voltará a ser um "sucesso", após a crise provocada pela Covid-19, "dentro de dois, três anos".

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