"Muito preocupadas com o aumento generalizado dos preços", famílias pedem ajuda à Deco

O aumento generalizado dos preços subiu a debate no Fórum TSF. Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, afirma que as famílias com baixos rendimentos ou taxas de esforço mais elevadas são as que têm mais dificuldades, por exemplo, em pagar os serviços essenciais. No mesmo plano, Maria do Rosário Gama, presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados, defende uma "intervenção financeira a nível europeu" para combater a inflação.

Por causa da subida dos preços, a Deco está a receber pedidos de ajuda de muitas famílias. Esta manhã, no Fórum TSF, Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco, sublinha que as famílias com menos rendimentos são as que estão mais vulneráveis.

"Havia a expectativa que, com a diminuição dos efeitos da pandemia, as famílias começassem a recuperar algum do rendimento perdido. A verdade é que isso não está a acontecer, muito pelo contrário. São muitas as famílias que nos têm contactado este ano, muito preocupadas com o aumento generalizado dos preços", diz, dando o exemplo das famílias com menores rendimentos ou com taxas de esforço muito elevadas, que "já sentem muitas dificuldades em comprar os produtos do dia-a-dia, tendo de fazer grandes escolhas".

Estas famílias mostram ainda estar muito preocupadas "com a eventual, que já não é tão eventual assim, subida da taxa de juro no crédito à habitação".

Natália Nunes nota que já há quem tenha dificuldades em pagar os serviços essenciais.

"A sua fatura do supermercado está a subir e isso já lhes traz grandes problemas, porque já têm que começar a eliminar alguns produtos. Não só preocupados com a fatura do supermercado, mas também com os próprios serviços públicos essenciais, como a água ou a luz. Tudo isso tem um peso significativo nos orçamentos das famílias", explica.

A representante da Deco alerta que, nas rendas das casas, o crescimento da taxa Euribor é também motivo de preocupação.

"A subida da Euribor, mesmo que seja de forma mais ou menos ténue, acabará por ter um efeito negativo naquelas famílias que têm baixos rendimentos ou taxas de esforço já elevadas. São estas que nos merecem, desde já, grande preocupação e que nós alertamos para a necessidade de olharem para os seus orçamentos familiares, envolverem a sua família no sentido de tentarem gerir da melhor forma o dinheiro que têm para evitar que tenham ruturas no orçamento familiar", aconselha.

Combate à inflação: "É urgente subir pensões e salários"

A Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados defende que o Governo tem de tomar medidas urgentes para combater a inflação. Também no Fórum TSF, a presidente da associação, Maria do Rosário Gama, frisa a necessidade do aumento dos rendimentos dos portugueses.

"É urgente subir pensões, é urgente subir salários. A subida dos preços não vai provocar a tal espiral inflacionária desde que essa subida seja abaixo da produtividade e essa produtividade, neste momento, os valores que tem são 3,5%. O Governo queria manter a estabilidade dos preços a nível dos combustíveis e outros [produtos] e eu penso que talvez fosse também importante, a nível europeu, haver uma intervenção financeira semelhante àquela que foi adotada para a pandemia", considera.

* com Rita Carvalho Pereira e Manuel Acácio

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