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A presidente da Comissão Executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, disse esta terça-feira que a redução dos cortes salariais dos pilotos e dos restantes trabalhadores será aplicada ainda este mês. Christine Ourmières-Widener falava na sede da TAP, em Lisboa, onde chamou os jornalistas para uma sessão de esclarecimentos, numa altura em que decorrem negociações com as estruturas sindicais.
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No domingo, a TAP anunciou que vai reduzir em 10% o corte que os pilotos sofreram nos vencimentos. Só não terão cortes os salários até 1410 euros, uma espécie de salário mínimo na empresa. Mas, a partir daí, mantêm-se os cortes nos vencimentos a partir do final do mês e que devem abranger 82% dos trabalhadores da TAP. Nos pilotos, os cortes que estavam nos 45% caem para os 35%, um valor que o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) considera provocatório.

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Christine Ourmières-Widener afirmou que a TAP avança mesmo sem acordo com os trabalhadores porque a transportadora aérea não pode ir mais longe.
"Trocámos propostas, não chegámos a acordo, mas decidimos que é o mais correto, justo e comportável para a TAP. Estamos em plena reestruturação e não podemos ir mais longe devido à situação complicada da empresa, mesmo a voar mais", explicou Christine Ourmières-Widener aos jornalistas.
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A presidente da Comissão Executiva da TAP diz estar consciente dos riscos desta decisão. Sabe que os pilotos podem sair para outras companhias que lhes paguem melhor e está também consciente de que pode estar a formar-se uma greve dos pilotos na empresa mas, mesmo assim, está determinada.
"Mantenho a paixão"
Num momento em que o SPAC já pediu a demissão de Ourmières-Widener, a líder da TAP diz que esse é um assunto "para o Governo".
"Mantenho a paixão e o compromisso, é um trabalho de equipa e claro que me desagrada chegar aqui, mas as coisas são como são", assinalou.
Ministério mantém confiança na administração
À TSF, o Ministério das Infraestruturas, liderado por Pedro Nuno Santos, garante que o Governo mantém a confiança total na administração da TAP.
Também questionado pela TSF, o Sindicado dos Pilotos preferiu reservar os comentários para depois do plenário de sexta-feira.
Numa comunicação aos trabalhadores, citada pela Lusa, a TAP garante que vai ajustar o valor da garantia mínima sem corte em junho e indica que a atualização é retroativa a janeiro de 2022, garantindo o valor de dois salários mínimos nacionais sem redução.

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"Estas alterações e atualização retroativa vão ser ambas realizadas com o salário de junho de 2022", pode ler-se na nota.
A TAP acrescenta que "relativamente aos pilotos, a redução de 10% no corte adicional está prevista a partir de 01 de junho 2022 e será implementada no salário deste mês".