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O novo coronavírus está a fazer mossa na economia mundial e Portugal não é exceção. Depois de o turismo começar a sentir os primeiros efeitos - ainda antes de serem registados casos de infeção no país -, agora são os responsáveis pelo imobiliário que garantem que o setor já está a sofrer as consequências do surto.
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"Não é uma questão única do setor imobiliário, mas este setor, como está muito próximo do turismo, está a sofrer rapidamente e já se nota isso. Neste momento, a preocupação das pessoas com a questão da doença faz com que coloquem, por exemplo, a decisão de compra de um ativo em segundo lugar, mas isso até é compreensível. O que não é compreensível é a quebra no investimento estrangeiro", explicou à TSF Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária em Portugal (APEMIP).
Numa altura em que o disparo do preço do imobiliário fez subir, para números nunca antes vistos, a riqueza total das famílias portuguesas, esta pandemia pode significar um rombo para os bolsos de muitos e levar à redução dos preços das casas em Lisboa e no Porto.

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"Poderá levar, mas não é um sinal positivo desta situação. Poderá ser uma questão momentânea, de pânico, que leva algumas pessoas, até por questões de tesouraria, a colocar as casas no mercado a preços mais baratos. Nas alturas de crise isto acontece, mas isto é uma crise demasiado forçada que não interessa a ninguém no país, infelizmente", ressalvou o presidente da APEMIP.
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Para já, o representante da APEMIP pede ao Governo que implemente medidas de apoio às empresas, pois acredita que muitas delas, sobretudo as mais pequenas, possam não conseguir sobreviver a esta crise.
"Devia haver um prazo em que não fosse possível exercer penhoras. Hoje o governo italiano tomou uma medida que vai ser extremamente positiva, no crédito à habitação, de uma mora para as pessoas poderem pagar os seus compromissos. Já temos uma preocupação com os trabalhadores, de como é que lhes vamos pagar, mas o Estado poderá ajudar-nos nessa parte. Temos de dar aos trabalhadores a garantia de que, quando passar esta fase, têm empresas para onde voltar. Tenho medo de que, quando voltarem, não tenham empresas para trabalhar", acrescentou Luís Lima.
