Empresa garante que os pressupostos nos quais se baseia o plano de reestruturação estão atualizados. Sindicato tinha pedido ao governo o adiamento do prazo de entrega que termina no dia 10.
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A administração da TAP garante que os pressupostos nos quais se baseia o plano de reestruturação da companhia estão atualizados. É a resposta ao Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC), que pediu ao governo que negoceie com Bruxelas o adiamento do prazo para a apresentação do Plano de Reestruturação da transportadora, que termina no dia 10.
Numa nota interna à qual a TSF teve acesso, a administração da empresa escreve que no plano de reestruturação a TAP está a usar "projeções atualizadas por entidades de referência do setor, nomeadamente a IATA [Associação Internacional de Transporte Aéreo]", e em particular "o forecast 2019 /2025, divulgado em outubro e replicado a 24 de novembro", que prevê "a recuperação esperada da procura para os principais mercados da TAP - tráfego doméstico na Europa e Europa para América do Norte e do Sul, África Subsariana e Norte de África"
Na mensagem assinada pelo presidente executivo Ramiro Sequeira e pelo presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho, a empresa explica que essas projeções "trabalham em três cenários de recuperação da procura aos níveis de 2019", e que a empresa assumiu como base o cenário equilibrado".
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A empresa contraria assim o SPAC, que em carta enviada ao ministro das Infraestruturas na semana passada, escreveu que o plano baseou-se em projeções para o mercado feitas em outubro, pelo que não refletem as evoluções mais recentes da pandemia, incluindo a descoberta das vacinas e o desenho de planos de vacinação.
Na missiva aos trabalhadores à qual a TSF teve acesso, a equipa de gestão da companhia recorda que a IATA prevê que a TAP demore até 2024 até retomar os níveis de 2019. A Associação Internacional, garantem os líderes da transportadora., "tem mantido a sua perspetiva sobre a procura nos relatórios e projeções mais recentes", garantindo que "a recuperação da procura nos mercados relevantes da TAP, mesmo com a vacina, só deverá acontecer perto de 2024".
A gestão da transportadora portuguesa cita novamente a IATA dizendo que os peritos da associação internacional escreveram a 24 de novembro que "assumem que as vacinas serão distribuídas na segunda metade de 2021, mas parece provável que existirão desafios de produção e distribuição",
A TAP sublinha que para além da IATA, "também a Eurocontrol projetou em novembro que a recuperação da procura, mesmo com a vacina, só deverá atingir o patamar de 2019 daqui a quatro anos", mesmo no cenário mais otimista.
Ramiro Sequeira e Miguel Frasquilho terminam a mensagem garantindo que "o plano assenta em projeções atualizadas, credíveis e equilibradas", e admitindo que não colocarão de parte "a ambição e a flexibilidade necessárias para acomodar uma eventual retoma da procura, caso esta ocorra antes das previsões".