- Comentar
Cecília Meireles, deputada e antiga líder parlamentar do CDS, falou no Conselho Nacional do partido e defendeu uma mudança de liderança. A centrista afirmou mesmo que a "existência do partido está em risco" com a atual política.
"A escolha é simples: ou achamos que as coisas estão a correr bem ou, pelo contrário, achamos que as coisas estão a correr mal. A existência do partido está em risco. O problema não são as sondagens, é a falta conteúdo", explicou.
A deputada assume que as últimas semanas têm sido esclarecedoras, uma vez que os apoiantes de Francisco Rodrigues dos Santos dizem "poucas coisas boas da atual direção, fazem é ajuste de contas com o passado".
Cecília Meireles, que trabalhou de perto com Assunção Cristas, refere que faz um balanço positivo dos últimos 20 anos do partido, e "tem orgulho" no trabalho que desempenhou.

Leia também:
Rodrigues dos Santos critica Mesquita Nunes e diz-se disponível para ir a votos após autárquicas
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"No discurso do nosso presidente, não deixou de ser esclarecedor que é mais incisivo nas críticas ao passado e aos outros, do que entusiasmado no desempenho do seu mandato".
A antiga líder parlamentar revela que conversou com Francisco Rodrigues dos Santos sobre a condição do partido, e admitiu que "as coisas não iam correr bem".
"As coisas correram pior até do que eu esperava. Francamente, não percebo como é que se pode querer ser presidente de todos lançando uns contra os outros", apontou.
Cecília Meireles diz que a atual direção trabalha para o interior do partido e não para o país, com "uma linha de rumo que não existe".
Por último, a deputada defende que o aproximar das eleições autárquicas é um motivo para mudar de direção. Francisco Rodrigues dos Santos afirmou, este sábado, que está disponível para discutir a liderança do partido após as eleições para as câmaras municipais e juntas de freguesia.
Porta-voz do CDS lembra 13 deputados perdidos
Por outro lado, Cecília Anacoreta Correia, porta-voz do CDS, apelou à união de todos pelo menos até às autárquicas, mas não deixou de criticar a anterior cúpula do partido.
"O Adolfo Mesquita Nunes foi responsável por uma estratégia que levou à perde 13 deputados. Por isso, faz sentido apoiar a atual direção por mais um ano. Temos de proteger os nossos autarcas, estar unidos e combater uma vitória dos socialistas nas eleições autárquicas", remata.
A porta-voz centrista advogou também que "esta direção foi mandatada" para liderar o partido no congresso de janeiro do ano passado e, apesar de estar a ter "dificuldades em mudar, está determinada" em fazê-lo, e "e já deu provas que a mudança está em curso".
O CDS está reunido num Conselho Nacional para aferir a autenticidade da direção de Francisco Rodrigues dos Santos, depois de um ano de mandato. Adolfo Mesquita Nunes, que forçou a realização da reunião, já assumiu que será candidato se o partido for a votos.

Leia também:
"Temos de mudar agora." Mesquita Nunes quer ir a votos e surgir "como novidade" nas autárquicas