BE insiste: injeção no Novo Banco só com autorização do Parlamento

Em entrevista à TSF, Catarina Martins desafia o PSD a aprovar agora o que chumbou no OE2020 e considera "preocupante" Centeno ter decidido a injeção sem comunicar a António Costa.

Em entrevista à TSF, Catarina Martins desafia o PSD a aprovar agora o que chumbou no OE2020 e considera "preocupante" Centeno ter decidido a injeção sem comunicar a António Costa.

Depois do desacerto entre Mário Centeno e António Costa sobre a injeção no Novo Banco, Catarina Martins anuncia na TSF que o Bloco de Esquerda vai insistir, no Parlamento com a proposta de que que "qualquer injeção no Novo Banco" precise de autorização do parlamento.

"A exigência é que seja o Parlamento a debater e a aprovar ou não qualquer injeção no fundo de Resolução ", explica a coordenadora bloquista.

"Não podemos ter injeções que ninguém sabe como aconteceram, nem mesmo o Primeiro-Ministro" critica Catarina Martins lembrando o "pedido de desculpas" de António Costa.

Questionada sobre a falta de sintonia entre o chefe de Governo e o ministro das Finanças sobre a autorização de uma nova transferência de 850 milhões de euros do fundo de resolução para o Novo Banco, a coordenadora do BE considerou ainda "preocupante" a atuação de Mário Centeno quanto ao Novo Banco

"É preocupante que o ministro das Finanças faça uma coisa dessas sem o primeiro-ministro saber e mais preocupante é que o Estado faça injeções no Novo Banco sem saber o que lá se passa", disse numa referência à ausência de uma auditoria ao Novo Banco.

Catarina Martins lembra que a proposta de condicionar injeções no Fundo de Resolução já foi antes apresentada pelo Bloco, mas ficou pelo caminho, há meses, durante o debate do Orçamento de Estado para 2020, travada também pelos votos do PSD.

"Agora vejo que o PSD se diz chocado como que aconteceu o que há a fazer é aprovarem o que o BE vai apresentar em forma de projeto-lei: não há nenhuma injeção no fundo de resolução para o Novo Banco sem haver aprovação do parlamento", desafia.

No debate orçamental, a proposta bloquista ficou pelo caminho mas foi aprovada uma outra iniciativa do PSD (aprovada com o apoio do PS), que condicionava à aprovação do Parlamento qualquer empréstimo superior a 850 milhões de euros.

Em contagem decrescente para o Orçamento suplementar, o Bloco de Esquerda diz que o Governo ainda "não deu nota" do que poderá ser esse documento, mas a coordenadora bloquista mantém a disponibilidade para um entendimento balizado pelos temas do emprego, reforço dos serviços e investimento público.

"O PS tem ainda tempo para decidir, não será pela falta de disponibilidade do BE para negociar soluções que o Governo vai encontrar na direita maioria, fará isso se quiser fazer", ironizou Catarina Martins.

* Entrevista TSF a Catarina Martins conduzida por Anselmo Crespo

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