Lei da Água vai ser revista para tornar águas subterrâneas "um recurso público"
À TSF, o secretário de Estado do Ambiente explica que o Governo deve "ter a capacidade de fiscalizar e de monitorizar o uso da água das águas subterrâneas".
Corpo do artigo
O secretário de Estado do Ambiente, Hugo Polido Pires, anunciou esta quinta-feira à TSF que a Lei da Água vai ser revista e que o Governo quer tornar as águas subterrâneas "um recurso público".
"O Estado deve ter a capacidade de fiscalizar e de monitorizar o uso da água das águas subterrâneas. Em segundo lugar, o Governo deverá ter sempre a possibilidade de aplicar restrições sempre que necessário. Por exemplo, se for detetada uma massa de água em estado crítico, essa deve imediatamente ser gerida pelo Governo", explicou Hugo Pires.
TSF\audio\2023\07\noticias\27\hugo_pires_1_lei_da_agua
Para o governante devem ser seguidas as normas de domínio público, tal como já acontece em relação às águas superficiais das albufeiras.
A Agência portuguesa de Ambiente tem usado imagens de satélite para perceber se existem diferenças com as captações subterrâneas autorizadas e as áreas de rega. Agora, o futuro passa pela instalação de contadores e medidores de caudal, mas Hugo Pires preferiu sublinhar a colaboração dos agricultores.
"Nós neste momento achamos que, em estados limite, o Estado deve poder intervir. Até aí, o que nós temos visto é que a tem havido por parte da agricultura um investimento no uso eficiente da água. Isto é um caminho que mesmo os próprios agricultores têm percebido e têm colaborado", disse.
TSF\audio\2023\07\noticias\27\hugo_pires_2_agricultores
O Ministério do Ambiente e o Ministério da Agricultura têm trabalho em conjunto nesta matéria.
Numa reunião da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), em que participou o ministro do Ambiente, os autarcas pediram a Duarte Cordeiro mais "instrumentos" para poderem penalizar quem consome demasiada água.
Já nessa altura, o ministro garantiu que a Lei da Água iria mudar para " robustecer" a atuação governamental e municipal: "No futuro, com a redução da precipitação podemos num ano em particular ter que reduzir consumos num setor em particular."