Ministra admite "medidas de estabilização de emergência" para mitigar impacto dos incêndios

Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura
Julien Warnand/EPA
Maria do Céu Antunes afirma que governo já antecipa medidas de apoio que fazem parte do plano estratégico da PAC.
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A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes admitiu esta segunda-feira em Bruxelas, o recurso a "medidas de estabilização de emergência" do plano estratégico da PAC para o apoio aos agricultores, e para a prevenção de incêndios.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes diz que "as direções regionais" já estão no terreno "a fazer os levantamentos" da área ardida e admite apoios aos agricultores.
"À medida que os incêndios sejam considerados extintos e que sejam estabilizados do ponto de vista da sua área, aquilo que nós vamos ver é da possibilidade de acionar medidas de estabilização de emergência e também de restabelecimento do potencial produtivo", afirmou a ministra, sublinhando que o governo já está antecipar medidas de apoio que fazem parte do plano estratégico da PAC.
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"Este ano, em 2022, estamos a permitir o acesso aos apoios ao rendimento (...) a todos os agricultores que estão nas zonas [mais expostas], nos territórios vulneráveis aos fogos rurais", disse a ministra, vincando que "é a primeira vez que isto acontece".
Maria do Céu Antunes afirma que já há adaptações para a prevenção de incêndios, em áreas ardidas em anos anteriores e dá o exemplo de "300 hectares" de terrenos vulneráveis a incêndios, "autorizados para novas plantações".
"Há um território que foi afetado em 2017, a Pampilhosa da Serra, que pela primeira vez vai ter no território ardido a possibilidade de colocar vinha e que, com isso, possa fazer a interrupção de floresta, gerar rendimento, fixar pessoas e combater aquilo que tem levado sistematicamente, na região centro, aos incêndios rurais", disse.
Questionada se admite que algumas destas medidas, como a adaptação a novas plantações, possam ser aplicadas em partes dos 43 mil hectares já ardidos desde o início do ano, a ministra enfatizou: "quero mesmo que isso aconteça".
De acordo com os números ainda provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas os incêndios florestais consumiram desde o início do ano 43.721 hectares. A maior parta ardeu em apenas 10 dias, desde 08 de julho, correspondendo a cerca de 30 mil.
Ao todo registaram-se 6461 incêndios rurais, sendo que 51% ocorreram em zonas florestais, 38% em matos e 12% em área agrícola.