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A ex-secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, garante que não pediu para sair do cargo e diz ter ficado "muito surpreendida" com a decisão da ministra da Saúde, Marta Temido, de substituí-la.
Esta quarta-feira, no que foi uma pequena revolução governamental, Jamila Madeira deixou o cargo que ocupava - e que a viu tornar-se numa das caras da luta contra a pandemia de Covid-19 - no ministério da Saúde, sendo substituída pelo até aqui secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.

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"Não pedi para sair", garante numa resposta enviada à TSF em que admite ter ficado "muito surpreendida com a opção da senhora ministra".
"Saio de consciência tranquila de missão cumprida com a certeza de que fiz tudo o que estava ao meu alcance num ano particularmente inédito!", acrescenta ainda a agora ex-secretária de Estado.
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Na mesma mensagem, Jamila Madeira diz fazer votos para que o Governo liderado por António Costa - com quem dizer ter "muito orgulho" em ter trabalhado - "continue a correr pelo melhor".
Contactado pela TSF, o ministério da Saúde não quis tecer qualquer comentários às palavras de Jamila Madeira.
Paulo Baldaia, comentador de política da TSF, diz que a conclusão é simples: Jamila Madeira foi demitida.
Bastonário dos médicos estranha saída
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que a saída de Jamila Madeira não vai mudar a dinâmica do ministério da Saúde e confessa que, embora a saída lhe cause alguma estranheza, os seus principais interlocutores no ministério da saúde são a ministra Marta Temido e o secretário de Estado António Lacerda Sales.
"Como médico e bastonário não tive, a não ser pontualmente, uma relação especial com a doutora Jamila Madeira em termos institucionais", explica.
Miguel Guimarães admite que a saída de Jamila Madeira causa alguma estranheza.
O trabalho de Jamila Madeira "é mais escondido, mais nos gabinetes e tem muito a ver com a questão dos financiamentos", pelo que o contacto foi pouco. "Parece-me estranha a saída dela, honestamente, mas provavelmente terá a ver com questões de organização interna ou eventualmente de relações de trabalho das pessoas."
Jamila Madeira, antiga líder da Juventude Socialista, eurodeputada e dirigente do PS, saiu das funções de secretária de Estado Adjunta e da Saúde, cargo que passa a ser desempenhado por António Sales, que sobe assim na hierarquia da equipa liderada pela ministra Marta Temido.