"Não precisamos de suspender democracia para ganhar legislativas, mas que novo líder esteja legitimado"
Na carta remetida na segunda-feira pela Comissão Permanente do PSD, o núcleo duro da direção de Rui Rio pedia aos militantes que refletissem sobre o a falta oportunidade para manter a realização das diretas no dia 4 de dezembro. Rangel utilizou o mesmo método para se dirigir às bases do partido.
Corpo do artigo
Depois de o núcleo duro da direção de Rui Rio ter-se dirigido, por escrito, aos militantes do partido, defendendo o adiamento das diretas, Paulo Rangel envia-lhes uma carta sublinhando que o escrutínio interno no início de dezembro não deve ser desmarcado.
Na mensagem que escreveu aos militantes, o candidato à presidência do partido defende que o PSD tem de honrar a sua tradição democrática e plural, tem de olhar para as eleições internas como um momento para debater o país e preparar as legislativas. Paulo Rangel também considera que o partido não precisa de "suspender" a democracia para ganhar essas eleições.
O que o partido precisa é que o novo líder esteja legitimado pelos militantes e com o "mandato para disputar de igual para igual e em plena força nas eleições gerais", tornando-se líder do Governo.
"Vivemos um momento histórico: os militantes do PSD têm na sua mão o poder de, ao mesmo tempo que elegem o seu líder, escolher o próximo primeiro-ministro de Portugal", sublinha o eurodeputado.
As diretas no PSD estão marcadas para 4 de dezembro e, no próximo sábado, vai reunir-se o Conselho Nacional do partido, em Aveiro, para analisar a situação política e um pedido de antecipação do Congresso por parte de dirigentes distritais e conselheiros (na maioria apoiantes de Rangel) de janeiro para entre 17 e 19 de dezembro.
Rio tem-se manifestado contra a realização das diretas face à proximidade das legislativas - cuja data ainda não está marcada -, mas ainda não esclareceu se irá avançar com uma nova proposta formal de adiamento, depois de o Conselho Nacional ter rejeitado essa ideia na última reunião em outubro, ainda antes do 'chumbo' do Orçamento do Estado.