O Chega vai promover a primeira federação sindical de direita em Portugal. André Ventura anunciou, esta segunda-feira, que espera que a nova federação de sindicatos, chamada "Solidariedade", entre no ativo até ao final deste ano.
"O Chega decidiu promover - não criar, porque não o pode fazer, por lei -, incentivar, a criação de uma nova federação sindical em Portugal. Essa nova federação já tem o domínio registado, o domínio de "Solidariedade" - como se vai chamar - e vai agregar várias forças sindicais", declarou Ventura, esta tarde, em conferência de imprensa.
A federação sindical vai integrar "áreas-chave", segundo o líder do Chega, nomeadamente: as polícias, os professores, os quadros da administração pública, os profissionais de saúde e os profissionais de segurança.
André Ventura afirma que estes são sindicatos para os trabalhadores que não se reveem nas centrais sindicais de esquerda - a CGTP e a UGT, que classifica como afetas ao PCP, ao Bloco de Esquerda e ao PS.
"Faremos agora uma ampla campanha junto dos trabalhadores para que saibam que há outra possibilidade de serem sindicalizados, de lutarem pelos seus direitos, sem estarem sempre nas malhas do socialismo e do marxismo - que é isso que tem afunilado conflitos, em vez de resolver problemas", afirmou.
O presidente do Chega adianta que a nova federação sindical estará aberta à entrada de sindicatos já existentes e que queiram fazer essa fusão, revelando que estão já em curso conversas com estruturas sindicais existentes na área das forças policiais.
O modelo sindical apresentado por Ventura é, assumidamente, de inspiração espanhola (o espanhol "Solidaridad", promovido pelo Vox, que existe desde 2020).
André Ventura deixou o apelo aos restantes partidos de direita para que acompanhem a iniciativa, de modo a dar força a "uma verdadeira alternativa de direita" e manifestou a intenção de organizar "uma grande concentração de trabalhadores" já no início de 2023.
