Rio à espera de Marcelo. PSD garante que vai apoiar candidato nas presidenciais
Rui Rio garante que PSD vai apoiar candidato nas presidenciais, mas não se chega já à frente com o nome de Marcelo. "Aguardemos aquilo que ele pretende fazer", diz Rio. Sobre autárquicas, Rio nota que o partido está atrasado no trabalho para a corrida.
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Depois de não ter feito quaisquer referências às presidenciais na moção com a qual foi reeleito presidente do PSD, Rui Rio vem agora deixar claro que o partido "obviamente tem de apoiar um candidato". Ainda assim, não dá já por garantido que seja Marcelo Rebelo de Sousa porque o atual Presidente ainda não anunciou os planos que tem, mas já lá vamos.
A participar através de videoconferência na Assembleia da Distrital de Lisboa de evocação aos 46 anos do partido, Rui Rio definiu três dossiês-chave: autárquicas, presidenciais e legislativas. E a ordem é esta porque, com o primeiro deles, o partido tem de estar "muito preocupado", com o segundo "tem de ter alguma preocupação" e, com o terceiro, "não tem de se preocupar".
Sobre o capítulo autárquico, Rui Rio repetiu a máxima que utilizou sempre na campanha interna de que precisa, mesmo que não ganhe câmaras, cimentar os resultados para conquistar vereadores e poder ser uma forte oposição. No entanto, rumo a 2021, o presidente do PSD reconhece que o trabalho está "atrasado".
"Entendo que devíamos ter começado uma ação maior no terreno no início de 2019. (...) A verdade é que para lá dos tumultos internos, tivemos eleições europeias, tivemos eleições legislativas, depois tivemos eleições diretas e a seguir o vírus. Isto prejudicou a nossa preparação", nota Rio numa sessão que contou no Facebook com uma média de 400 pessoas a assistir.
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Já sobre a pasta das presidenciais agendadas para janeiro, Rio sublinha que "um partido como o PSD, obviamente, tem de apoiar um candidato". "Não é desculpável que um partido desta dimensão não tenha um candidato", destaca o social-democrata sem avançar já com um apoio de antemão a Marcelo Rebelo de Sousa (como, de resto, fizeram os outros candidatos à liderança do PSD).
Por agora, Rio pede calma. "Vamos aguardar aquilo que vai ser a posição do atual Presidente da República e militante do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, aguardemos por aquilo que ele pretende fazer e como pretende fazer", sublinha.
Para as legislativas, considerando que ninguém prevê eleições até agosto e que depois o Presidente não pode dissolver a Assembleia da República, Rio não prevê dar grande atenção a esse dossiê. "Podemos dedicarmo-nos à oposição saudável ao governo e ao PS, sem preocupação de saber que vai haver um ato eleitoral que degrada sempre muito o ambiente político", diz aos militantes de Lisboa.
Ainda assim, o presidente do PSD considera que é importante trabalhar a credibilidade para quando o momento chegar. "Aquilo que nós temos de fazer é a construção da nossa credibilidade, é isto que nos pode abrir a porta, no futuro, a ser uma alternativa para os portugueses", conclui.
Numa intervenção com mais de uma hora com algumas falhas técnicas pelo meio, Rui Rio recordou o passado do partido e também teve umas palavras acerca da situação atual. Nomeadamente, a estratégia que tem seguido de oposição ao governo nestes tempos de Covid-19, repetindo a ideia de que é preciso derrotar este inimigo "que é de todos" e prometendo manter-se no terreno com as propostas para retoma da economia que prevê tornar públicas no final do mês.