Morreu o radialista António Cartaxo

Nome da rádio e da televisão em Portugal, António Cartaxo trabalhou no serviço português da BBC e esteve na TSF há um ano para recordar o histórico disco "País de cravos, país de cardos".

PorRicardo Alexandre com Cátia Carmo
© TSF

O radialista António Cartaxo morreu esta quinta-feira, aos 88 anos, confirmou a TSF junto de fonte da família. Nome da rádio e televisão em Portugal, a carreira de António Cartaxo estendeu-se além-fronteiras.

Entre 1962, cansado do emprego num escritório da rua do Alecrim onde o soalho rangia, candidatou-se a uma vaga no serviço português da BBC em Londres, que então retomava emissões em português, quando o regime em Portugal entrava em guerra. E lá ficou até 1975.

Durante esse tempo gravou um disco histórico com António Borga, que também trabalhava na BBC: "País de cravos, país de cardos". Disco esse que o traria há TSF em janeiro de 2022, há um ano, onde falou dos 50 anos deste trabalho. Mas o caminho na música não ficou por aqui. Compôs mais canções, tendo até lançado um inédito de Fernando Pessoa em inglês.

Acabou por sair da BBC num processo litigioso, depois de acusar a empresa de praticar censura sobre notícias relacionadas com o PREC (Processo Revolucionário Em Curso) em Portugal.

Já de regresso ao país foi durante mais de 20 anos professor na Faculdade de Letras de Lisboa mas, na academia, esteve também como leitor de Português na Universidade de Varsóvia.

Ao longo do seu percurso profissional foi distinguido com prémio nacionais e internacionais de rádio em Barcelona, Brno e Budapeste e um Prémio Gazeta de Jornalismo, em 1978, por um programa dedicado a Fernando Lopes-Graça.

O velório realiza-se a partir das 16h00 na igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, seguindo o cortejo fúnebre para o crematório do cemitério dos Olivais no sábado, às 11h00.

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