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João Pedro Matos Fernandes deu ordem para revogar de imediato a licença de caça da quinta da Azambuja, depois da "gabarolice de um ato vil", que se inicia com a morte de centenas de animais. A garantia foi dada pelo ministro do Ambiente, que, ouvido esta manhã no Fórum TSF, falou sobre as imagens de 540 veados e javalis mortos, alinhados no chão da Quinta da Torre Bela, na Azambuja, como troféus de caça.
"O ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] vai de imediato revogar a licença de caça e vai, com o trabalho que está hoje a fazer no terreno, apresentar uma queixa ao Ministério Público, porque muito provavelmente terão de ser criminalizados quem organizou, quem tem aquela licença e, muito provavelmente, os próprios caçadores que nela participaram", garantiu o ministro.
Ouça as medidas que estão a ser tomadas.
As fotografias publicadas geraram indignação, e João Pedro Matos Fernandes faz eco do mesmo sentimento: "A caça repovoa um conjunto de ecossistemas, existe, é autorizada, para gerir recursos energéticos. Não é para matanças generalizadas."
"Chocado" com as imagens, o ministro do Ambiente reconhece que pode ter sido cometido um crime, o que não pode ser confundido com a atividade da caça, que é "importante para as economias locais e para a gestão da biodiversidade, quando feita com cuidado, quando feita com cautela".
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"O ICNF está neste momento a recolher as provas daquilo que pode muito bem ser um crime", apontou.
Matos Fernandes, ouvido por Manuel Acácio, admite que pode ter sido cometido um crime.
O governante posicionou-se contra um ato que descreveu como "inaceitável" e disse que a lei da caça não serve "para chegar lá e fazer o que foi feito".
Matos Fernandes acredita que a "alteração certamente será promovida", apesar de o tema não ter ocupado o espaço público nos últimos tempos. O ministro admitiu também um processo de revisão das montarias, para que haja uma maior fiscalização, e adiantou que está em curso o apuramento dos pormenores para uma queixa ao Ministério Público.
Ouça o ministro, sobre a abertura para reavaliação das montarias.
"Eu não confundo este ato vil, este ato de ódio, com a caça, não há má vontade em relação aos caçadores", quis ainda frisar o ministro.