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Esta manhã realiza-se, em Lisboa, uma nova reunião interministerial da Comissão Permanente da Seca para fazer o ponto de situação do ano hidrológico e decidir novas medidas de mitigação. Em cima da mesa, poderá estar o recurso a camiões-cisterna para abastecimento de zonas menos populosas e mais restrições à rega.
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Neste encontro agendado para as 11 horas, no Ministério da Agricultura e Alimentação, os ministros do Ambiente e da Agricultura vão analisar os dados de seca meteorológica e hidrológica que os peritos lhes vão apresentar.
Com mais de 97% do território continental português em seca severa, há concelhos onde as autarquias começam a fazer contas à água que possuem para o abastecimento público e a tomar medidas de poupança.
Um exemplo é o município de Carrazeda de Ansiães, onde a barragem da Fontelonga, que abastece a população local e de algumas aldeias do concelho vizinho de Vila Flor, tem as reservas abaixo de 30% da capacidade máxima. "Um nível preocupante", assegura o presidente da Câmara, João Gonçalves.
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O autarca adianta que tem reunido com responsáveis da empresa concessionária Águas de Carrazeda, da Câmara Municipal de Vila Flor e de outras entidades, no sentido de serem tomadas medidas. Nota que "têm de ser atempadamente previstas para que a água não falte neste verão", antecipando que vai ser "muito complicado".
Se não chover mais e se não houver qualquer aporte de água à albufeira da Fontelonga, só a contar com a disponibilidade atual poderá haver "problemas sérios no mês de outubro". Mas se quanto à chuva pouco se pode fazer, quanto ao transporte de água de outras fontes o autarca carrazedense admite que vai ser necessário recorrer ao rio Tua.
"Estamos a trabalhar na opção de muito brevemente podermos transportar água para a albufeira da Fontelonga, por via rodoviária, desde o rio Tua", sublinha. Toda a logística para que isso venha a acontecer está já a ser preparada. "Vamos começar com essa operação logo que seja possível, para que o aporte de água seja gradual e não precisemos de uma operação tão pesada como se estivéssemos já sem água", acrescenta.
Outras origens possíveis estão também a ser identificadas, nomeadamente antigas nascentes, com o objetivo de poderem vir a ser alternativas pontuais.
A Câmara aprovou uma proposta da concessionária para um plano de contingência que prevê a sensibilização da população para a poupança e bom uso da água. "Todos devem fazer a sua parte e ter uma atitude responsável, usando água tratada apenas quando tem de ser", frisa João Gonçalves, que admite a penalização de quem faça má gestão dos recursos disponíveis, nomeadamente com "regas e lavagem de automóveis".
A autarquia já começou a dar o exemplo, procurando regar os jardins com água de outras proveniências. O mesmo foi feito com o enchimento das piscinas municipais descobertas, que este ano não terão a funcionar os balneários.