Crianças obesas são grupo de risco. Que hábitos devem ser adotados pelas famílias?
No Hospital Dona Estefânia os casos mais graves de internamento dizem respeito a crianças com excesso de peso.
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"A obesidade está geralmente associada a um estado de inflamação crónica de baixo grau", explica o Diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. "Uma criança obesa que apanha uma doença infecciosa reage de uma forma mais negativa do que uma criança com peso normal", levando a prognósticos mais negativos.
Pedro Graça, até há pouco tempo diretor do Programa Nacional para a Alimentação Saudável da Direção Geral de Saúde (DGS), acredita que esta situação pode criar grande ansiedade nesta altura aos pais de crianças que sofrem de obesidade e por isso explica quais os alimentos que devem ser evitados.
"É importante consumir uma alimentação que não seja mais estimulante da inflamação e que está bem identificada: alimentos com excesso de açúcar, substâncias com excesso de gorduras, bebidas açucaradas ou comida processada", enumera. "Devem ser produtos menos presentes na alimentação das crianças".
No primeiro confinamento, em março do ano passado, a DGS fez um inquérito às famílias portuguesas sobre a alimentação praticada nesse período. E se cerca de metade revelou consumir mais bolos e outros alimentos menos saudáveis, a outra metade garantiu comer mais vegetais e fruta. "Os produtos de origem vegetal são os que combatem a inflamação. Hortícolas. fruta e leguminosas", explica.
"Acho que esta pode ser uma oportunidade muito interessante para que os pais e as crianças, à volta da cozinha possam aprender uma série de competências culinárias que não só os protege nesta situação, mas para o resto da vida", sublinha Pedro Graça. Além disso, sugere que, mesmo em confinamento, as crianças deem pequenos passeios para que possam fazer algum exercício físico.
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