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A lei portuguesa determina que os empregadores têm de contratar pelo menos 1% de trabalhadores com deficiência. A percentagem aumenta para 2% no caso das empresas de grande dimensão. A regra só foi aprovada no início deste ano e prevê que os empregadores terão um período de cinco anos para se adaptarem à nova norma, mas a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, acredita que a medida terá uma boa adesão.
Em declarações à TSF, neste Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes sublinha que as empresas só têm a ganhar com a integração destas pessoas.
"Passa muito por um desconstruir de barreiras atitudinais e percecionais", defende a secretária de Estado. "As empresas que já o fazem e que já contrataram [pessoas com deficiência] sabem que o processo é bem mais simples do que, à partida, possa parecer."
"Contratar trabalhadores com deficiência significa contratar trabalhadores empenhados e significa criar na empresa um conjunto de laços de intercooperação que, muitas vezes, estavam até adormecidos", garante Ana Sofia Antunes.
Ana Sofia Antunes exalta as vantagens para as empresas ao contratarem pessoas com deficiência
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Questionada também sobre os apoios à vida independente destes cidadãos, a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência revela que a proteção social de inserção vai ser alargada e que mais pessoas poderão beneficiar da ajuda de assistentes pessoais.
"Neste momento, temos 600 pessoas com apoio à vida independente. Isto é fundamental para a sua autonomia, para a sua autodeterminação e para a sua independência", sublinha. "Temos como medida para este mandato transformar esta medida-piloto numa medida definitiva para a concretização da vida independente em Portugal."
A secretária de Estado explica que também a prestação social para a inclusão está agora na última fase implementação: "a majoração". "É aquela fase que se destina mais especificamente a gastos ou despesas acrescidas, inesperadas e pontuais -, da qual estaremos a tratar ao longo deste próximo ano", esclareceu.
Ana Sofia Antunes frisa, no entanto, que é "um orgulho" saber que a prestação, criada há três anos, já abrange "100.500 pessoas com deficiência".
A secretária de Estado anuncia as próximas medidas direcionadas às pessoas com deficiência
A secretária de Estado admite, no entanto, que a grande carência - e, como tal, a maior prioridade do Governo, continua a ser a eliminação de barreiras para as pessoas com deficiência.
"Aquela que entendemos ser a área a carecer de maior intervenção é a das acessibilidades. A eliminação de barreiras, sejam elas físicas ou tecnológicas, à utilização de serviços ou à aquisição de bens é aquilo que é, neste momento, prioritário e do qual faremos grande bandeira ao longo deste mandato", garante.
Ana Sofia Antunes declara que as acessibilidades são a prioridade do Governo
*com Sara de Melo Rocha e Nuno Domingues