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A albufeira da Bravura, no barlavento algarvio, é a que causa maior preocupação. Esta barragem, que abastece em parte os concelhos de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur, concelhos na ponta ocidental do Algarve, está apenas com 13% da sua capacidade. Desde há muitos meses que está proibida a captação de água para a agricultura nesta albufeira. E, para consumo humano, também já só há garantia de água para mais seis meses.
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"Está garantido o consumo humano para este ano de 2022", assegura o presidente do Conselho de Administração das Águas do Algarve. António Eusébio, admite que o volume da barragem é "o mais baixo", mas garante que a empresa que gere o abastecimento de água à região tem feito diversos trabalhos para minimizar a situação, nomeadamente a construção de um reservatório a norte de Lagos, com capacidade para 10 mil metros cúbicos. Além disso, num ano em que se prevê que haja uma enchente no turismo e para que não falte a água no Verão, nesses concelhos estão também a ser reativados 12 furos artesianos municipais: cinco em Lagos, cinco em Vila do Bispo e dois em Aljezur. Se a situação de seca se agravar, as Águas do Algarve já equacionam começar a bombar o nível morto da barragem, de modo a que essa água possa também ser utilizada no abastecimento público.
Quanto às outras albufeiras do Algarve, a situação é mais confortável. "Na barragem de Odeleite-Beliche e também na de Odelouca, no barlavento, temos níveis de 30 a 40% das suas capacidades". "Existe água para o consumo humano para este e para o próximo verão", garante o administrador. No entanto, estas previsões são sempre falíveis e as Águas do Algarve pedem parcimónia no uso da água, aguardando que o próximo inverno seja mais rigoroso e mais húmido do que o que passou.
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Carrazeda de Ansiães equaciona cortar água durante a noite
Com a situação de seca a agravar-se no Nordeste transmontano, a autarquia de Carrazeda de Ansiães começa a equacionar o corte no abastecimento de água à população durante algumas horas do dia. João Gonçalves, o presidente da câmara salienta que a autarquia já deixou de regar espaços verdes e encerrou fontanários mas isso poderá não chegar. À TSF afirmou que está a estudar a possibilidade de aumentar o tarifário para os consumos mais elevados, bem como o aporte à albufeira de Fonte Longa de água proveniente do rio Tua e que seja transportada por via rodoviária. Outra das soluções apontadas e, embora a decisão ainda não esteja tomada, "o corte intermitente também está a ser pensado". "É preciso saber quais os constrangimentos em termos técnicos dessa decisão", diz o autarca, esperando que ela seja assumida ainda este mês.
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A albufeira da Fonte Longa, que abastece o concelho, está nesta altura com 25% da sua capacidade, o que "com os consumos do verão, leva a que haja água até outubro". Ou seja, mais 3 meses apenas.

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