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A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) assegura que o antigo comandante-geral Botelho Miguel, agora nomeado diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), não deixa saudades na Guarda Nacional Republicana (GNR).
O Ministério da Administração Interna (MAI) anunciou, esta sexta-feira, que Luís Francisco Botelho Miguel será o novo diretor do SEF, na sequência da demissão de Cristina Gatões, que sai após o homicídio de um cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa, em março deste ano.

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Botelho Miguel é mestre em Ciências Militares - ramo de Artilharia - e licenciado em Engenharia de Sistemas Decisionais. Exerceu vários cargos de comando entre 2010 e 2020 na GNR - onde, segundo, a Associação dos Profissionais da Guarda, não marcou pela positiva -, cessando funções como comandante-geral em julho.
A jornalista Gabriela Batista traça o percurso de Botelho Miguel
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Em declarações à TSF, o vice-presidente da APG/GNR, José Miguel, afirma que o ex-comandante-geral "não deixou história".
"Tinha um bom discurso, tinha um discurso afável, mas, em termos práticos, naquilo que são os problemas que a Guarda Nacional republicana tem, não nos trouxe nada de novo", comenta o representante dos guardas. "Foi apenas mais um comandante que passou. Infelizmente, não deixa história."
Apesar do discurso afável, Botelho Miguel nao deixou marca, dizem os profissionais da Guarda
"Só desejamos que ele possa ter algum sucesso e que seja melhor o seu desempenho enquanto diretor de uma estrutura policial do que foi na Guarda Nacional Republicana. A nós, deixou-nos uma mão vazia e outra cheia de nada", refere José Miguel.
APG/GNR não entende a escolha de um militar para a chefia do SEF
A opinião não é partilha pelo Ministério da Administração Interna, que apontou agora Botelho Miguel para o novo cargo. Esta sexta-feira, o ministro Eduardo Cabrita garantiu que o ex-comandante-geral da GNR tem um "prestígio indiscutível".

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A APG/GNR considera que a recente nomeação é uma escolha "política", mas não compreende "como é que um homem das forças armadas vai, novamente, comandar uma força policial".
Uma posição partilhada pelo Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF-SEF), que, à TSF, já disse que esta decisão é um "retrocesso civilizacional" e um "péssimo sinal político", uma vez que é a primeira vez, em democracia, que um militar dirige o SEF.

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